Retoque em micropigmentação

Para darmos início à discussão do processo de retoque, precisamos entender três pontos-chaves: a sua necessidade e a quem ele se aplica; como e em qual período ele deve ser proposto e se, por acaso, isso agregará relevância ao seu trabalho.

Existem alguns fatores que podem levar um profissional da micropigmentação a solicitar a um cliente que retorne ao seu estúdio ou clínica para que seja feita uma reavaliação do procedimento.

Isso não caracteriza que o profissional tem ou sentiu dúvida sobre a execução do seu trabalho, mas ele soube identificar de imediato que, possivelmente, na pele daquele cliente o procedimento poderia não ter uma boa fixação do pigmento ou que devido a alguma característica da pele dele haveria necessidade de retocar ou, em alguns casos, refazer todo o processo.

Para exemplificar quais as possíveis causas, e podermos caminhar na solução dos nossos três-pontos-chaves, abaixo discorro sobre algumas das causas mais comuns que levam um profissional a solicitar uma reavaliação de procedimento.

Identificação de quadro

Em uma abordagem sobre a execução do trabalho (procedimento de micropigmentação) e das possíveis causas do retoque desse serviço, temos dois dos mais clássicos “empecilhos”: a oleosidade excessiva e a sudorese.

A pele oleosa é uma característica que acomete um grande número de homens, mulheres e jovens em todo o mundo. Ela é causada pela exagerada produção de gordura/sebo oriunda das glândulas sebáceas.

Pessoas com essas características têm maior propensão às espinhas e aos cravos, e também de ficar com aquele aspecto brilhoso no rosto. A oleosidade na pele pode ter fatores ligados à constituição genética ou mesmo aos desequilíbrios hormonais.

Para um profissional de micropigmentação, pessoas com peles oleosas podem se tornar uma dor de cabeça, pois, devido ao excesso de óleo e à sua grande produção diária, o pigmento pode, na maioria dos casos, não fixar e ser expulso com facilidade. Não é impossível fazer o procedimento em pessoas com essa característica, mas, nestes casos, com certeza, precisará retorno para avaliação de como está o procedimento.

No mesmo caso está a sudorese. Chamada de hiperidrose, ela é um controle involuntário do organismo e é determinada pelo sistema nervoso autônomo, o mesmo do batimento cardíaco, do movimento respiratório, e por outras tantas funções realizadas pelo nosso corpo.

Pessoas com essa característica, assim como a oleosidade, podem expulsar com facilidade, o pigmento da pele. E para elas, quando feito o procedimento, é indicado que retornem para a avaliação.

Visto que esses são os principais fatores que podem influenciar a solicitação do retorno ao profissional para avaliação, seguimos para o nosso primeiro ponto-chave.

Qual a necessidade do retoque e para quem ele se aplica?

O retoque é indicado a todos os clientes, mesmo aqueles que não apresentam os fatores acima mencionados (oleosidade exacerbada e sudorese).

Isso em decorrência do dia a dia de cada cliente, do cuidado que é necessário para a permanência do pigmento na pele e por ser viável a manutenção do procedimento em questão da mutação do pigmento e do processo de cicatrização – se isso for observado, pois alguns deles podem apresentar pequenas falhas que em pouco tempo podem ser corrigidas -, evita-se a insatisfação posterior do cliente ao intencionar descaso se houverem falhas maiores ou mesmo que o procedimento tenha saído por completo.

Muitas pessoas voltarão ao retoque e não precisarão realizá-lo, porém, para que eles se sintam seguros sobre a duração do procedimento, reafirme com ele os cuidados necessários para mantê-lo perfeito por mais tempo.

Observado esse ponto, partimos para o nosso próximo ponto-chave.

Como e em qual período ele deve ser proposto?

O processo de pigmentação da pele deve respeitar um tempo de absorção e cicatrização comum da pele, que varia de duas semanas a quatro. Particularmente, aconselho aos clientes que retornem para avaliação depois de 45 dias após o primeiro procedimento, assim posso avaliar com melhor precisão se há e onde estão as falhas, e se houve alguma outra alteração no formato o na cor.

Em caso de necessidade, somente os fios que estiverem lesados são refeitos e o cliente será comunicado sobre o processo.

Bom, mas isso agrega o que ao meu serviço? Este é o nosso próximo ponto-chave.

Qual é a relevância do retoque no meu trabalho?

Muitos profissionais ficam em dúvida se colocam ou não o retoque como prioridade na finalização de um procedimento.

Bom, esse processo é importantíssimo ser respeitado, e visto os pontos acima abordados, posso dizer que alguns dos clientes irão necessitar refazer algum fio ou outro. Isso não é, em muitos casos, culpa do profissional. Dependerá, também, do cuidado pós-procedimento adotado (ou não) pelo cliente.

Para exemplificar, considero um procedimento realmente concluído somente depois de 45 dias da sua realização e da reavaliação do serviço. Indico a durabilidade do procedimento na pele pelo período de oito meses a um ano. Uma vez que o procedimento já está cicatrizado e se manifestarem falhas, este período é o mais indicado para fazer a correção.

Geralmente, o valor do retoque já está incluso no primeiro procedimento, mas isso dependerá de profissional para profissional. Caso opte por cobrá-lo separadamente, pode ser até algo que agregue positivamente ao seu espaço profissional.

Conclui-se que o retoque torna-se essencial em alguns casos, mas sempre será bom deixá-lo especificado ao seu cliente, uma vez que prezamos pela satisfação dele e desejamos que sempre permaneça assim.

Tulio Cota (@tuliocotta) é micropgimentador e educador, criador da técnica de fios Be Brows e do Método Chiaro de Despigmentação. Já formou mais de oito mil profissionais.

Compartilhe nas redes sociais

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *