TELEMEDICINA: caminho sem volta

O mundo mudou. E o hábito de consumo mudou junto. As pessoas – não só no Brasil, mas no planeta – trocaram os táxis pelos Uber, os hotéis pelo Airbnb, os restaurantes pelo Ifood e, claro, as consultas presenciais pela telemedicina. Um novo, desafiador e inevitável caminho para a relação paciente/médico e cliente/profissional da estética. Preparados (as)? Deise Garcia (@deisegarcia)

A pandemia de Covid-19 – que já caminha para o segundo ano – trouxe consigo a necessidade de isolamento social. Muitos ajustes foram feitos nas áreas familiares, pessoais, trabalhistas, ou seja, em prol de um bem maior, tudo que promovesse o afastamento foi implantado, testado, adaptado. No setor de saúde, severamente impactado, não foi diferente: a fim de garantir o mínimo de contágio e de preservar a saúde de pacientes, ganhou expressão a telemedicina, ou seja, atendimento remoto a pessoas que precisam de acompanhamento médico, sem a necessidade de deslocamento para clínicas e hospitais. Vale ressaltar que, autorizada pelo Ministério da Saúde, a telemedicina é uma importante ferramenta para análise de exames, laudos e manutenção do controle de tratamentos, mesmo à distância. “O receio de ir a uma clínica ou hospital afasta as pessoas dos consultórios e as coloca na frente de um celular e até mesmo de um computador. Como as pessoas passam mais tempo em casa, a procura por atendimentos não emergenciais acabou crescendo”, explica a obstetra Luciana Taliberti, uma das donas da clínica médica e estética Trina, em São Paulo (SP).

Nesses tempos, o Brasil já realizou (até a finalização desta reportagem) 1,7 milhão de consultas à distância e os números seguem crescendo de forma impressionante. Em São Paulo, a telemedicina é a atividade digital com o maior aumento de novos usuários. Metade das pessoas que mais empregam a tecnologia ou a utilizaram pela primeira vez, afirma que pretende continuar a fazer uso do recurso quando o estado pandêmico chegar ao fim.

Dados confirmam a busca em alta e colocam especialidades diretamente ligadas à Estética neste cenário. As especialidades não essenciais mais procuradas no Estado do Ceará, por exemplo, durante o primeiro trimestre, foram: cirurgiões plástico, dermatologistas, endocrinologistas e nutrólogos. Tudo indica que, confinados em casa, os pacientes estão mais preocupados em manter em forma.

Os tratamentos não emergenciais tiveram que se adequar a um modelo que mescla o mundo real e virtual. “Nós também tivemos que mudar a forma de trabalhar para acompanhar as necessidades do mercado e dos pacientes”, explica o cirurgião plástico Dr. Thiago Marra, especialista em rinoplastia, ao comentar que atualmente atende cerca de 7 a 10 pacientes por dia. Especialista em rinoplastia, ele triplicou o número de consultas on-line e passou a atrair pacientes de outros estados brasileiros, inclusive algumas celebridades.

Empresas de suporte

O isolamento social mudou a rotina não só dentro de casa, mas também nas empresas de diversos setores. A procura por teleatendimentos na área da saúde tem feito as operadoras de planos de saúde, os consultórios e os médicos se adaptarem ao novo cenário. Nesta onda, nasceram, floresceram ou se consolidaram empresas que já estavam de olho ou operantes no segmento.

A Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), em operação há 15 anos, nasceu com o objetivo de implantar uma infraestrutura de interconexão nos hospitais universitários (HUs) e unidades de ensino de saúde no Brasil, apoiando o aprimoramento de projetos em telemedicina já existentes e incentivando o surgimento de futuros trabalhos interinstitucionais. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue) e é coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Em sua fase inicial, a RUTE apoiou o surgimento de unidades de telemedicina e de Grupos de Interesse Especial, que estimulam a integração e a colaboração entre profissionais de saúde, promovendo sessões, por webconferência, para debates, discussões de caso, aulas, pesquisas e avaliações a distância, em várias especialidades e subespecialidades médicas, para diversos profissionais da área da saúde, em diversos níveis de formação profissional. Na sua fase 2, a iniciativa já estava em 27 estados brasileiros promovendo integração e conectividade e disseminando atividades de P&D em hospitais universitários e instituições de ensino e pesquisa. Atualmente, a RUTE já conta com 140 unidades de telemedicina e telessaúde, 55 Grupos de Interesse Especial em várias especialidades e subespecialidades da saúde e está expandindo suas operações para a América Latina.

Outro caso interessante é o da Housi, uma plataforma 100% digital de serviços de moradia por assinatura planejada com o conceito on demand, integrando serviços, proporcionando experiências e vivência em comunidade, fechou parceria com a Avus, plataforma de benefícios na área da saúde que oferece aos seus usuários descontos em clínicas médicas, telemedicina, odontologia, especialidades de apoio, laboratórios, farmácias e outros estabelecimentos. Com isso, os usuários da Housi terão acesso a consultas eletivas por telemedicina, com especialidades médicas 24h, com o benefício de 10% de desconto. O usuário pode entrar em contato com um médico a qualquer hora do dia, funcionando como uma consulta de urgência e emergência, e conseguir seu atendimento personalizado, de forma online, também permitindo a prescrição de exames e medicamentos.

A conclusão é que tanto no Brasil como no mundo, a utilização de serviços de saúde e bem-estar remotos deixou de ser apenas uma tendência para se tornar uma realidade.

TELEMEDICINA EM NÚMEROS

  • A cidade de São Paulo é a primeira em ranking nacional de consultas on-line e registrou um aumento de 80% na procura por telemedicina
  • Brasil é o 5º no ranking que busca informações de saúde pela internet, além de consultas online
  • Segundo pesquisa divulgada pelo instituto Ipso MORI, 86% dos brasileiros com acesso à internet utilizam a rede para buscar orientações sobre saúde, remédios e suas condições médicas
  • Com adaptações para poder continuar realizando consultas, na pesquisa da Opinion Box, 37% das pessoas tiveram que fazer uma consulta ou atendimento médico durante a pandemia. Destes: 47% fizeram uma consulta de rotina, 35% precisaram continuar um tratamento que já estavam fazendo
  • Globalmente, o mercado de telemedicina movimentou $45,5 bilhões em 2020 e estima-se que esse número aumentará para $175,5 bilhões até 2026 segundo a Emarketer 
  • Estima-se que 50% dos serviços de saúde serão conduzidos virtualmente até 2030

COMO USAR A TELEMEDICINA A SEU FAVOR

  • Marque horários fixos e os cumpra. Ninguém gosta de perder tempo, esperar longamente. Além disso, ter um horário determinado coloca limites no tempo da consulta.
  • Escolha um ambiente profissional ou minimalista em termos de decoração para o atendimento virtual. O (a) paciente/cliente não poder perder de vista que o foco é profissional e não pessoal.
  • Mantenha um visual profissional. Mesmo que o atendimento seja eventualmente feito na sua casa, direto do seu sofá, quem está do outro lado da tela precisa ter a percepção de profissionalismo. Nada de usar roupas mega confortáveis, de “casa”. Apresente-se como se estivesse na sua clínica, em um dia de atividade normal.
  • Conheça o (a) paciente/cliente antes da consulta. Tenha o cuidado de olhar a ficha antes para que o atendimento seja o mais preciso possível. Lembre-se de que sem o contato físico, muitas coisas podem passar batidas e a leitura prévia da ficha de anamnese será de grande ajuda.
  • Invista no pacote de internet. O mínimo que a era digital pede é internet de qualidade, com velocidade adequada e tal. Nada pior do que travar no meio da conversa, sumir a imagem, cair o sinal e por aí vai…
  • Determine o que pode ser remoto e o que não pode. Profissionais treinados e experientes conseguem avaliar, orientar, ensinar seus (suas) pacientes/clientes por meio da telemedicina. Porém, nem tudo pode ser resolvido assim. Embora o afastamento ainda se faça necessário, se sentir que precisa de uma consulta presencial, seja franco (a) com quem está do outro lado da tela.
Somos uma empresa com coração e alma humanos. E a humanidade nos traz inquietude para buscarmos sempre o novo, discernimento para abraçarmos as causas certas, coragem para seguirmos adiante mesmo em face de tempos difíceis, orgulho para mostrarmos a grandiosidade do segmento brasileiro.

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