Poderosa entre as mulheres

Referência quando se fala de estética há mais de 30 anos, Edy Guimarães relembra seu começo na área e vislumbra, com toda sua experiência e sabedoria, as próximas tendências para você se inspirar

Karina Hollo (@karinahollo)

Edy Guimarães (@edybeleza) começou a trabalhar com Estética muito nova – aos 17 anos, em 1974. O primeiro trabalho? Auxiliar de cabelo em um famoso salão na Rua Augusta, em São Paulo, que tinha unidades também na Avenida Angélica e em Higienópolis. “Fiquei pouco tempo nesse salão, porque houve uma briga muito séria entre o gerente e um cabeleireiro: eles foram parar no meio da rua Angélica, o lustre de cristal dessa unidade foi quebrado, a mesa da recepção no meio da rua, enfim… um bafão para a época e minha mãe não deixou eu ir mais trabalhar”, lembra. Passados alguns meses, a mesma amiga tinha ido trabalhar no Jacques Janine da rua Augusta, apresentou minha mãe, que é costureira, para fazer os uniformes da empresa – e Janine gostou tanto que passou a fazer suas roupas pessoais com ela também. “Minha mãe me encarregou que eu levasse a encomenda dos uniformes. Quando eu cheguei no espaço, meus olhos brilharam. Lembro do meu encantamento como se fosse hoje: amei a beleza do lugar, as pessoas que circulavam. Um estado de euforia tomou conta de mim. Eu pedi para falar com a dona Janine e pedi um emprego de aprendiz, de faz-tudo. Disse que eles nem precisariam pagar: eu estagiaria de graça, ajudaria em qualquer setor da empresa, sem preguiça e seria incansável. Ela me perguntou se eu estudava e eu disse que transferiria meus estudos para o período noturno”. Janine foi falar com Jacques, Edy foi atrás de documentos e transferiu o colegial para o período noturno sem falar com a mãe. Após alguns meses, foi chamada para uma entrevista com o Jacques, que a achou muito falante e comunicativa, dizendo que na maquiagem e estética o local precisava de um perfil mais sereno. “Ele perguntou meu signo e eu disse gêmeos. E ele respondeu: “Nasceu para a beleza. Tem personalidade marcante, estilo”. Eu tinha um cabelo Red Power a la Angela Davis, não passava despercebida. Comecei o estágio como auxiliar de cabeleireiro deste gentleman, um grande artista.”

Em pouco tempo, seu foco passou a ser a maquiagem, qualquer brecha que tinha estava no andar superior da estética e da maquiagem. “Foi a melhor escola da vida, trabalhei com os melhores profissionais, sem falar na Janine. minha inspiração. Quando ela falava com aquele sotaque francês: ‘Crespinha, prepara aquela pele para mim’, eu me derretia toda.”

Edy nunca mais saiu da beleza. Passou de auxiliar para maquiadora (fez grandes editoriais de beleza para as grandes revistas como Claudia, Vogue, Capricho) e auxiliar de estética. Foi depois que fez os cursos técnicos que existiam na época – Senac Maquiagem e Dr. Payot em estética facial e corporal. “Em 1994, surgiu a primeira Universidade de Estética e Cosmetologia, na qual me graduei. Mas até hoje, nada se comparou ao que vivi no Jacques Janine. Minha eterna gratidão para esses que foram meus padrinhos de profissão e de casamento. Tenho tanto orgulho disso!”

O boom da Estética

Edy viu a estética crescer muito nos anos 1990, quando a área foi invadida por clínicas dermatológicas. “Nós profissionais, que éramos consideradas aplicadoras de cremes, passamos a concorrer com a área da saúde. Dali em diante, com essa união, a estética eclodiu. Logo a seguir, vieram os empreendedores com grandes investimentos, franquias e associados à dermatologia”, analisa ela.

Hoje, madura e empreendedora, Edy se une a especialistas e seus doutorados para ter uma clínica interdisciplinar, com um expert em cada setor. “Nosso raciocínio clínico é surpreendente e com meu conhecimento consigo sempre evitar as milhares de intercorrências que a área trás. Me sinto segura ao que entrego aos meus clientes e diminuo a euforia de muitos especialistas e doutores que aplicam tudo que o mercado oferece.”

Os desafios da área

Evoluir, aprender sempre e nunca parar de estudar, estar presente em todos os Congressos, acompanhar política e negócios. “No nosso país tropical abençoado por Deus, com Carnaval, feriados sempre prolongados e custos elevados, basta o dólar subir para a conta cair para que ama autocuidado e beleza.”

Terra de mulheres vaidosas

O Brasil é reconhecido por ser um país de mulheres vaidosas. “Em uma pesquisa internacional realizada em vários países com mais de 25 mil pessoas revelou-se que o povo brasileiro é o mais vaidoso. Na lista de cuidados com a beleza, o cabelo e a pele foram os mais mencionados. No entanto, percebo, aos 65 anos, que a mulher brasileira é muito oprimida e busca se adequar para ser aceita. Estar do lado de dentro da casinha me fez enxergar essa perspectiva e, como era de se esperar, também trouxe muito sofrimento adolescente, crises de identidade, dúvidas. Era como se eu fosse aquela música do Cartola, ou aquela outra da Nina Simone. Eu ia procurando me encontrar, me libertar, mas como é difícil até hoje!” Edy analisa que por trabalhar com essas vaidades se tornou feminista e procura oferecer estética para não ter que violentar essa mulher dona da sua vaidade e da sua beleza.

Somos uma empresa com coração e alma humanos. E a humanidade nos traz inquietude para buscarmos sempre o novo, discernimento para abraçarmos as causas certas, coragem para seguirmos adiante mesmo em face de tempos difíceis, orgulho para mostrarmos a grandiosidade do segmento brasileiro.

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