Micropigmentação de aréola: demanda sem limites

O belíssimo trabalho do micropigmentador brasileiro de aperfeiçoar a técnica, que tem atingido resultados cada vez mais realistas, e a divulgação do procedimento nas redes sociais como uma ferramenta transformadora de vidas tem garantido que essa arte chegue a cada vez mais pessoas. Mas, é preciso admitir que o recente reconhecimento dos médicos sobre a importância desse serviço prestado pelo profissional da área de estética e que funciona como um complemento da cirurgia plástica ou reparadora para que o paciente volte a se sentir completo tem sido a cereja do bolo para a ascensão desse mercado. Aqui, a mestre em micropigmentação reparadora Valéria Yoshino, criadora do mama design e palestrante do Congresso Estética In em 3 de abril, compartilha segredos de sucesso e esclarece fake news. Leitura imperdível!

Shâmia Salem (@shamiasalem)

Atuação vai além da mastectomia Apesar da maior parte das pacientes buscarem a micropigmentação paramédica depois de fazerem a reconstrução mamária como parte do tratamento oncológico, Valéria Yoshino conta que atende muitos casos de necrose de aréola devido a complicações no pós-operatório de cirurgia plástica. Também há situações em que a cicatrização periareolar apresenta muita fibrose ou a pessoa tem o desejo de revitalizar a aréola, seja porque a intervenção estética deixou falhas na coloração da área ou porque a aréola é naturalmente muito clarinha devido à sua etnia.

Tebori versus dermógrafo: sim, um deles é melhor para as mamas “Hoje, o tebori é bastante usado para micropigmentar as sobrancelhas por permitir fazer fios praticamente idênticos aos que a paciente já tem e precisa complementar. E é justamente por essa capacidade de criar linhas que não utilizo o acessório na aréola, que precisa de um efeito mais esfumado e que é alcançado de maneira supernatural com o dermógrafo”, esclarece Valéria Yoshino.

Área paramédica é financeiramente tão atraente quanto a estética Apesar da cliente repetir com frequência a micropigmentação estética, já que a paramédica geralmente só exige retoque após 1 ou 2 anos, a lucratividade com ela é bem mais alta. “Há ainda o fato de que a atuação na área da estética tem uma concorrência muito grande, ao passo que na paramédica ainda há poucos profissionais. Prova disso é que atuo nas duas frentes e atendo muito mais casos de paramédica mesmo fazendo sobrancelhas, olhos e lábios há 20 anos”, compara a professora.

Trabalho paramédico toma bem menos tempo do que pensam “Ao longo da minha trajetória de 9 anos na micropigmentação de aréolas fui aperfeiçoando a técnica até chegar à que eu batizei como Mama Design, que tem as seguintes vantagens:

  • ela reduz o número de sessões de 9 para 1, 2 ou, no máximo, 3;
  • da avaliação e simulação do desenho até a finalização do Mama Design, gasto cerca de 5 horas e meia, o que poupa a mim e também o paciente;
  • o método de introdução dos pigmentos evita a frustração de fazer um trabalho belíssimo e no retorno notar que a fixação foi zero;
  • o diferencial que os médicos sempre comentam do Mama Design é o realismo, que é conquistado através da riqueza de detalhes com técnicas de luz e sombra e ao desenhar, por exemplo, as inervações e glândulas de Montgomery que todo mamilo possui.

Você não precisa comprar todos os pigmentos do mercado “Confesso que eu fazia isso no início da carreira, e jogava fora sacos e mais sacos cheios de produtos vencidos. Com a prática, aprendi que posso atender clientes de todas as etnias com apenas 7 cores, sendo 3 para aréola, 3 para sombra e 1 para iluminação”, entrega a especialista.

Pigmento micronizado é o ideal Por ter uma molécula menor, ele contribui para a melhor fixação e durabilidade do resultado. “Também é preciso ficar atenta à marca escolhida, já que muitas não são fiéis ao tom indicado na embalagem, degradam para o laranja e saem rápido. Além de conversar com muitos tatuadores, fiz inúmeros testes em peles artificiais para separar o joio do trigo”, brinca a professora.

Investimento em agulhas também é pequeno “Está aí outro aprendizado que tive com a prática. Hoje, uso apenas dois tipos de agulhas: a 7 magno curvada, que é um cartucho com sete agulhas, sendo uma em cima da outra de maneira intercalada, que é sob medida para realizar sombreamento; e a agulha de uma ponta, que utilizo em 90% do meu procedimento, já que ele é excelente para fazer detalhes”, esclarece a mestre.

Mesmo quem é exímio micropigmentador de sobrancelhas, precisa se especializar para fazer aréolas Ao trabalhar nas mamas, a velocidade da mão e do dermógrafo são diferentes, assim como as técnicas usadas, que são constantemente refinadas, e a profundidade em que os pigmentos são depositados. Afinal, estamos falando de uma região que tem muita adiposidade e cicatrizes. “Mas não é nada que não se possa aprender. Prova disso é que tenho muitas alunas que são enfermeiras e fisioterapeutas e vem se especializar a pedido do médico com que trabalham, com a intenção de oferecer um serviço ainda mais completo no consultório”, conta Valéria Yoshino.

Aposte num dermógrafo para tatuagem Ele dispõe de mais potência e controle de oscilação para acompanhar os diferentes movimentos e velocidades realizados com as mãos. “Há aparelhos dos mais diferentes valores. Seja qual for a sua escolha, só alerto para redobrar a atenção com os muito baratos devido à falta de biossegurança e de anti refluxo. Eles oferecem o risco de permitir que o sangue do paciente entre na máquina, seque, vire pó e contamine a próxima pessoa a ser atendida. Já os que contêm o selo de aprovação da Anvisa fazem com que o sangue fique apenas na agulha, que é descartada após o uso”, esclarece a palestrante Valéria Yoshino.

5 dicas para se destacar profissionalmente, por Valéria Yoshino

  1. Treine, treine muito, em papel e na pele artificial, para desenvolver sua habilidade e autoconfiança.
  2. Se atualize constantemente. Mesmo sendo mestre em micropigmentação, dando aulas e palestras, estou sempre me aperfeiçoando porque volta e meia me deparo com dificuldades e é uma sensação de vitória estar preparada para elas.
  3. Desenvolva a empatia e o olhar humanizado para entender melhor a dor de quem busca a micropigmentação de aréola e, como consequência, fazer uma entrega muito maior, melhor e da qual você se orgulhe ainda mais.
  4. Mesmo que a paciente precise micropigmentar um mamilo, sempre avalie os dois para checar a necessidade de adequar a cor, o realismo e a naturalidade entre ambos.
  5. Invista tempo na avaliação, na simulação e no esclarecimento da paciente sobre tudo o que vai acontecer ao longo do atendimento, usando sempre uma linguagem clara. E documente tudo para evitar problemas futuros.
Somos uma empresa com coração e alma humanos. E a humanidade nos traz inquietude para buscarmos sempre o novo, discernimento para abraçarmos as causas certas, coragem para seguirmos adiante mesmo em face de tempos difíceis, orgulho para mostrarmos a grandiosidade do segmento brasileiro.

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