Harmonização facial ozonizada

O comportamento do consumidor de Estética vem mudando nos últimos anos, buscando por procedimentos que sejam menos invasivos, que gerem menor tempo de recuperação, afastem a necessidade da intervenção cirúrgica e hospitalizações, mas que entreguem resultados incríveis em curto período e com número mínimo de sessões.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) publicou anteriormente um censo que demonstrou claro esse início de mudança de comportamento, já no ano de 2016, apontando um aumento de 390% nesses tipos de procedimentos.

Com o isolamento social, muitos profissionais da área Estética verificaram um aumento na procura por procedimentos clínicos faciais – segundo estimativa da SBCP o aumento foi de 50% na busca por soluções minimamente invasivas.

A Harmonização Facial atende exatamente essa nova demanda do mercado, gerando resultados estéticos faciais em curto período e sem a necessidade de longos tratamentos.

Todavia é importante ressaltar que o número de sessões e o período de tratamento depende das condições fisiológicas da pele tratada, precisando corrigir aqui um erro de entendimento, pois a harmonização facial é o tratamento composto por vários procedimentos faciais e não um procedimento por si só.

Os principais procedimentos que compõem os tratamentos são a aplicação de materiais preenchedores, como o ácido hialurônico e a hidroxiapatita de cálcio; de bioestimuladores, como ácido poli-l-lático; de ativos por mesoterapia; de toxina botulínica; de técnicas de microagulhamento; de fios de sustentação, de peelings; de fototerapia e de outros recursos eletroestéticos.

O ano de 2015 foi marcante no Brasil para aumentar a procura por esses procedimentos com a entrada de outros profissionais para realizar as práticas de injetáveis, com resoluções editadas pelos respectivos conselhos de classe, como os da Biomedicina, da Enfermagem, da Farmácia, da Odontologia e a mais recente área autorizada para prática destes procedimentos, a Biologia, em 2020.

Isso aumentou a acessibilidade aos procedimentos e até mesmo a competitividade de mercado, gerando a procura por melhores técnicas com preços mais acessíveis, todavia ainda com uma certa limitação monetária, pois muitos dos produtos utilizados são importados e de alto custo.

Correndo em paralelo ao conceito tradicional da Harmonização Facial, a Ozonioterapia vem ganhando força desde 2018, quando o Ministério da Saúde reconheceu a técnica como segura e eficaz para ser usada no território nacional através da Portaria número 702.

A Ozonioterapia é uma mistura de gases (oxigênio/ozônio) produzida pelo profissional utilizando equipamento adequado e, dependendo da concentração e via de aplicação, pode ter várias respostas fisiológicas locais e sistêmicas.

Estudos publicados em 2018 por Constanzo et al. demonstraram que ela poderia ter uma resposta direta sobre as células originárias do tecido embrionário mesodérmico. Já em 2019, essa afirmação ficou ainda mais clara na publicação de Froes et al. que mostrou a influência direta da Ozonioterapia no aumento da produção de colágeno e na mediação do processo de recuperação tissular.

Uma das grandes vantagens da Ozonioterapia é que ela é uma terapêutica de baixo custo, fácil acessibilidade, que consegue interagir de forma positiva com todas as técnicas tradicionais de Harmonização Facial e ainda amplia o conceito para profissionais que ainda não têm uma normativa clara para o uso das técnicas minimamente invasivas, como a Fisioterapia e a Estética.

Em minha prática clínica eu costumo utilizar muito a Ozonioterapia, seja como terapêutica isolada, em associações ou para preparar a pele para a aplicação de biomateriais, sendo que essa conduta chega a diminuir a necessidade de material preenchedor em até 50% do volume indicado se comparado ao utilizado em uma pele não tratada pela Ozonioterapia.

O fato de não precisar injetar tanto produto na pele também aumentou a segurança da prática clínica, sem contar que conseguiu potencializar muito a eficácia de outras abordagens tradicionais da Estética, além de favorecer o acesso monetário para o paciente. A Ozonioterapia é um novo e poderoso aliado das práticas de Harmonização Facial, ampliando o acesso do conceito para todos os profissionais da Estética, todavia é fundamental um bom curso de capacitação para que a técnica seja utilizada da forma adequada, seguindo as orientações de uso preconizadas internacionalmente, levando o profissional a trilhar um caminho próspero dentro desta nova era da Harmonização Facial Ozonizada.

Rafael Ferreira é formado em Farmácia, pós-graduado em Marketing e cursou MBA em Cosmetologia. É mestre em Ciências da Saúde; doutor em Medicina Celular e Molecular pela Faculdade de Medicina do ABC e professor universitário. Instagram @rafaelferreiradoutor

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