Quando pensamos em inclusão social, logo vem a ideia de oportunidades, independentemente do tipo de dificuldade que cada indivíduo possa ter. Segundo Carneiro et al. (2003), o principal objetivo é a construção de uma sociedade na qual todos, sem exceção, possam participar e gozar de seus direitos e deveres, em condições de igualdade. E esse contexto vai além da deficiência física, engloba o emocional, o social, o psicológico e o moral.
Poder trazer o indivíduo para dentro desse enquadramento social, dando oportunidades e promovendo uma mudança positiva do estilo de vida é a melhor forma de colaborar com a autonomia e incentivar as capacidades de cada um.
Com o intuito de estimular a independência e promover essa autonomia, vemos na Estética uma porta aberta para essa inclusão, onde inúmeras oportunidades são ofertadas. Não há idade, deficiência, classe, gênero ou qualquer outra forma de discriminação. Todos são capazes de realizar e trabalhar suas aptidões dentro de seu próprio limitador: a força de vontade de aprender.
A Estética tem o dom de acolher e cuidar de todos. Podemos nos orgulhar de uma profissão tão nobre onde nosso objetivo principal é a recuperação da autoestima, tanto do profissional quanto do paciente. O fortalecimento emocional que a Estética é capaz de promover faz com que os indivíduos sejam transformados e passem a se aceitar no contexto da sociedade, com respeito e dignidade, levando ao bem-estar físico e mental.
Uma das formas de ajudar neste processo de inclusão, principalmente para os educadores da área da Estética, que estão à frente dessa formação profissional, é entender onde cada um tem habilidades específicas e estimular as competências e aperfeiçoamento dessas habilidades. Treinar habilidades não significa facilitar ou ignorar o fato de existir uma dificuldade. A adaptação faz parte deste cenário educacional e a recompensa é saber que você colaborou para a realização de um sonho e transformou sua vida através da profissão, sem gerar um efeito negativo de assistencialismo.
E nesta visão mais humana, deixamos de lado a Estética com intuito de embelezamento somente, para alcançar ainda mais a Estética humanizada e integrativa, com o olhar centrado no ser humano, onde a empatia é a melhor forma de acolher.
E cada vez mais, vemos os exemplos desses profissionais se destacando no mercado de trabalho, mostrando para a sociedade que deficiência não é sinônimo de incapacidade. E que o belo está na liberdade de escolha, na promoção da autoestima com respeito e amor.
Roberta Boyd @robertaboyd é esteticista, biomédica esteta, docente e coordenadora de cursos da área da Saúde.