Dossiê pele madura

Entenda o que muda na pele com o amadurecimento, quais os melhores ativos, equipamentos e protocolos estéticos e de skincare para cuidar dela nessa fase e porque ao tratá-la como sinônimo de pele envelhecida você corre o risco de perder a oportunidade de atingir resultados que vão encantar ainda mais a sua paciente

Shâmia Salem @shamiasalem

1. Quais as idades da pele?

A pele é um organismo vivo e passa por diversas alterações e estágios ao longo da vida de cada pessoa. Aqui, um breve resumo:

  • A pele do bebê é delicada e sensível porque suas camadas são mais finas, tendo apenas 1/5 da espessura da pele de um adulto. Além disso, as células são mais espaçadas, as glândulas sudoríparas e sebáceas são menos ativas, sua camada natural de proteção ainda é fraca e há dificuldade de regular a temperatura do corpo. Daí a propensão a ressecar e ficar mais suscetível ao sol e aos micro-organismos.
  • Já a pele das crianças segue sendo sensível, fina e menos pigmentada do que a de um adulto. Os mecanismos de autodefesa ainda não estão desenvolvidos e os cuidados devem continuar sendo tomados, principalmente em relação à radiação solar.
  • Na adolescência, as mudanças hormonais provocam efeitos intensos na pele, principalmente no rosto e na região das costas, dos ombros e do peito. Como a produção de sebo aumenta, há uma tendência maior à oleosidade e à acne.
  • Ao atingir os 20 anos, mais especificamente em torno dos 25, surgem os primeiros sinais visíveis de envelhecimento, na forma de linhas finas, e eles podem ser intensificados pela genética, pelo estilo de vida e pelo ambiente. Nessa etapa, a pele começa a perder gradualmente a espessura e a capacidade de proteção natural, e o colágeno e elasticidade diminuem em 1% ao ano.
  • Na faixa dos 30 anos há uma redução da elasticidade e da hidratação que favorece a formação de rugas e o enfraquecimento da barreira de pele. Os processos metabólicos também começam a ficar mais lentos.
  • Dos 40 aos 50 anos há uma grande mudança da estrutura da pele. A ordenação das camadas vai se perdendo e menos células novas são formadas enquanto as já existentes diminuem. Como consequência, surgem a aspereza, a secura, a hiperpigmentação e o maior risco de infecção cutânea bem como a demora na cicatrização de feridas. A capacidade de reter água também cai, as fibras elásticas e colágenas se degeneram e o tecido gorduroso vai sendo perdido, resultado na diminuição do volume e da densidade e rugas, flacidez e ‘manchas da idade’ dão as caras.
  • Os 60 e 70 anos marcam a drástica diminuição da regeneração celular, o que leva a diversas consequências, como afinamento da pele, alta sensibilidade à radiação ultravioleta, baixa produção de lipídios, ressecamento, desidratação, rugas, manchas mais evidentes, perda acentuada de volume, de sustentação e da função imunitária.

2. Em que idade a pele se torna madura?

Não há uma idade específica para a chegada a uma pele madura. Mas, por volta dos 40, 50 anos ela passa a ser classificada dessa forma devido à presença de sinais de envelhecimento. “Geralmente, isso ocorre no mesmo período que a mulher entra na menopausa, que provoca uma série de alterações hormonais que também influenciam nas mudanças da pele”, destaca a dermatologista Priscilla Sarlos, da clínica Les Peaux, no Rio de Janeiro.

3. Quais sinais indicam a transição da pele jovem para a pele madura?

“Podemos dizer que essa transição acontece quando começam a surgir os sinais dos danos extrínsecos e intrínsecos, que fazem a pele começar a ficar marcada, a ter linhas de expressão, a perder eletricidade, a ter peso, ficar menos elástica. Ou seja, todos esses sinais de que ela está perdendo sua qualidade”, resume o dermatologista Newton Morais, diretor médico da clínica Mais, em São Paulo.

4. De que maneira a menopausa impacta na pele madura? E, a partir dessa fase, o que a pele que antes dela já era madura passa a precisar?

“A menopausa tem um impacto bastante importante na pele. De maneira geral, a pele da mulher menopausada tende a ser mais seca, mesmo que na juventude tenha sido oleosa, o que faz com que passe a precisar de muita umectação. E, como isso faz com que se torne um pouquinho mais atrofiada, essa pele absorve bem menos os produtos e princípios ativos, exigindo ainda mais cuidados”, alerta a dermatologista Mônica Aribi, de São Paulo, mestre em ciências da saúde e international fellow da Academia Americana de Dermatologia.

5. Quais características visuais e fisiológicas fazem uma pele ser rotulada como madura?

“Com o passar do tempo ocorre toda uma alteração nas características da pele, e isso tem relação direta com o processo natural de envelhecimento. Na prática, surgem mudanças importantes no colágeno, em que a quantidade de fibras mais finas aumenta enquanto a de fibras espessas diminui. Também ocorre um desarranjo nas fibras elásticas. Isso, junto com uma modificação na retenção de líquido na hidratação, faz com que a pele, com o passar do tempo, tenha um aspecto mais ressecado, fique com linhas e rugas mais evidentes e tenda a ter mais manchas, tanto vermelhas quanto escuras”, lista Priscilla Sarlos.

6. Há diferença de amadurecimento entre a pele masculina e a feminina?

“Sim, e isso é bem interessante. Por exemplo, a pele do homem, que é mais espessa, vai afinando de forma progressiva, claro, mas também uniforme; enquanto na mulher ela vai ficando mais ou menos uniforme até chegar à menopausa, quando é comum ouvir da paciente que ela acordou mais envelhecida. Em relação à firmeza, apesar de ela ser maior na pele masculina, ela se perde rapidamente por volta dos 30 e entre os 45, 50 dá uma reduzida no ritmo ao passo que na mulher acontece o contrário: a partir dos 30 ela perde a firmeza de forma mais gradual. O mesmo ocorre com a elasticidade, que piora rapidamente entre os homens na faixa dos 30, 35 enquanto nas mulheres ela é reduzida pouco a pouco. Já as rugas, na mulher elas surgem mais rápido e aumentam de forma gradual e nos homens demoram a surgir, mas quando aparecem vêm com tudo, formando verdadeiros vincos”, descreve Newton Morais.

7. Por que a pele do homem é mais oleosa do que a da mulher e qual o impacto disso para ambos os sexos quando a pele se torna madura?

“A oleosidade é uma das maiores diferenças entre a pele do homem e da mulher, sendo que a dele possui maior produção de sebo devido à ação da testosterona, o que explica porque sofrem menos de ressecamento do que elas, um quadro que se intensifica ainda mais ao entrarem na menopausa”, esclarece Newton Morais.

8. Há relação entre pele madura e a perda natural de músculos, ossos e gordura da face?

“Sim, há uma relação muito estreita entre pele madura e a perda dos músculos e ossos faciais, principalmente a arcada dentária. A musculatura toda ao redor e que segura a pele vai despencando e puxando-a para baixo. Nisso, a flacidez acaba sendo maior e a paciente não consegue ter o mesmo volume de antigamente, o que explica porque é tão comum que ao tratar uma mulher menopausada a gente reponha o volume da região. Outro fato que deve ser levado em consideração é que, quando os músculos caem, a gordura fica depositada em alguns coxins gordurosos, e não de maneira uniforme, o que leva à criação de bolsas embaixo das pálpebras e no contorno do rosto, o chamado buldogue”, diz a dermatologista Mônica Aribi.

9. Por que a pele madura tende a ser mais grosseira, mais áspera e com uma descamação mais visível?

“Isso acontece devido à redução na velocidade do turn-over (renovação) celular. Além disso, a produção de colágeno e elastina diminui, comprometendo a elasticidade e firmeza da pele. Fatores como a exposição solar, poluição e hábitos de vida também contribuem para que ela fique mais grosseira, áspera e descamando”, esclarece a dermatologista Ana Maria Pellegrini, do Rio de Janeiro, é responsável técnica da clínica PELLE, comanda o podcast Questão de Pelle e é embaixadora da Galderma Aesthetics.

10. Por que a pele madura não tem tanto viço?

A dermatologista Ana Maria Pellegrini conta que a perda do viço acontece devido à diminuição da produção de colágeno, elastina e óleos naturais, além da menor renovação celular. “Para recuperar o brilho natural, é necessário usar hidratantes ricos em ácido hialurônico e outros umectantes, esfoliar regularmente a pele, para ajudar a remover células mortas e promover a renovação celular, além de aplicar antioxidantes, como a vitamina C, e fazer procedimentos estéticos que estimulam a regeneração das células, como é o caso dos peelings químicos, do peeling a jato, do laser e do microagulhamento”, sugere.

11. PDRN é uma boa opção para peles maduras?

“Boa não, excelente”, afirma a dermatologista Priscilla Sarlos. Ela completa: “PDRN é um tratamento novo, à base de desoxirribonucleotídeo, ou seja, substâncias bioativas oriundas do DNA do esperma do salmão. Estudos mostram que o PDRN tem um potencial bioregenerativo, com altíssimo poder de hidratação e capacidade de estimular os fibroblastos a produzirem colágeno e acelerar a cicatrização de feridas. Aqui no Brasil, o PDRN está aprovado para uso com drug delivery combinado, por exemplo, com laser ou microagulhamentos. Vale lembrar que ainda não há liberação para uso injetável”.

12. O que o peeling de fenol pode fazer por uma pele madura?

“O simples fato de uma pele ser madura não significa que ela esteja liberada para receber um peeling de fenol; é preciso haver indicação. Regra geral, o peeling de fenol é recomendado para fototipos baixos, já que há uma tendência de surgirem manchas em fototipos altos. Quando o protocolo é full face, ou seja, realizado na face toda em vez de aplicado de forma localizada, é necessário que o protocolo aconteça em ambiente cirúrgico e com monitorização cardíaca do paciente, que deve ter realizado exames prévios para analisar a saúde de seu coração, rins e fígado”, resume a dermatologista Priscilla Sarlos. “Quando bem indicado e realizado por um profissional qualificado, o peeling de fenol oferece excelentes resultados após o downtime, que, verdade seja dita, é longo, difícil e doloroso”, completa a médica.

13. Por que tanta gente associa a pele madura ao laser?

“Acredito que essa associação aconteça devido aos benefícios que o laser oferece para a revitalização do tecido. Com o envelhecimento, a pele tende a perder colágeno e elastina, resultando em rugas, flacidez e manchas. E o laser pode ajudar a firmar a pele, reduzir os sinais de envelhecimento, melhorar a textura cutânea, suavizando a superfície da pele e tornando-a mais uniforme e rejuvenescida. Já os lasers específicos para hiperpigmentação são capazes de diminuir manchas de idade e outras irregularidades de cor; enquanto os fracionados e ablativos combatem cicatrizes de acne e outras marcas na pele. Some a tudo isso o fato de o laser ser uma alternativa não invasiva ou minimamente invasiva aos procedimentos cirúrgicos, com tempo de recuperação relativamente curto e resultados visíveis”, esclarece o cirurgião plástico André Maranhão, do Rio de Janeiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica/RJ gestão 2018-2019 e membro da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CREMERJ.

14. Nutracêuticos e colágeno oral podem ajudar a pele madura?

“Hoje, ainda existem dúvidas sobre o colágeno oral. O que acreditamos é que a ingestão do produto é válida quando há algum outro estímulo para a produção de colágeno acontecendo ao mesmo tempo. Na minha experiência em consultório, costumo indicar colágeno oral para os pacientes que vão fazer ultrassom microfocado ou bioestimulador de colágeno”, conta a Priscilla Sarlos.

15. É verdade que a pele madura tende a ser mais sensível?

“Sem dúvida, a pele madura é uma pele mais sensível”, garante a médica Priscilla Sarlos. Segundo ela, isso se dá devido a uma série de alterações que ocorrem naturalmente com o passar dos anos e são agravadas com a entrada na menopausa. “Entre as muitas alterações que impactam em uma maior sensibilidade cutânea podemos citar a redução da produção sebácea, a diminuição do colágeno, a desorganização das fibras elásticas, a menor capacidade de retenção de água, o afinamento cutâneo, o enfraquecimento da barreira de proteção e queda da imunidade”, relaciona.

16. Quando a pele se torna madura, de que tipo de cuidado ela passa a precisar prioritariamente?

“A resposta está diretamente ligada aos danos que começam a aparecer nessa pele, já que eles podem ser diferentes para cada pessoa. Regra geral, nessa fase as alterações mais observadas e que os pacientes mais reclamam incluem a sensação de ressecamento, o aparecimento de marcas e manchas. E as orientações devem seguir esses apontamentos. A exceção vale para o protetor solar, cujo uso deve se manter ao longo de toda a vida”, destaca o dermatologista Newton Morais.

17. Quais produtos ou tratamentos a pele deixa de precisar quando passa de jovem à madura?

“Nessa transição da juventude à maturidade a pele não deixa de precisar de qualquer cuidado. Ela precisa apenas ser tratada de forma diferente. Veja o caso do esfoliante: a pele pode continuar sendo esfoliada, mas com produtos bem menos agressivos. Assim, o que muda nesta fase é o princípio ativo, já que a pele segue necessitando de limpeza, tônico, hidratação, nutrição… Porém, com veículos e ingredientes específicos para suas novas necessidades”, resume a dermatologista Mônica Aribi.

18. Quais mudanças devem ser feitas no skincare e no nécessaire quando a pele se torna madura?

A dermatologista Priscilla Sarlos conta que uma das alterações mais necessárias é em relação aos veículos dos cosméticos, que devem ser mais cremosos para trazer conforto e sensação de hidratação em vez de repuxamento. Ela diz que também é fundamental observar a composição dos produtos, e fazer isso já a partir do sabonete, que deve ser suave. Concorda com ela a esteticista Tereza Assunção, de São Paulo: “Na rotina, também é importante incluir antioxidantes, optar por ativos que oferecem hidratação intensa e manter o protetor solar. O skincare noturno pode ser feito com o uso alternado de um ácido retinóico com um ácido hialurônico ou algum despigmentante, escolhidos conforme as necessidades de cada pele”.

19. Limpeza de pele continua sendo necessária quando uma pele se torna madura?

“Sim, precisa, com certeza”, afirma a esteticista Sandra Seabra, de São Paulo. Com um trabalho focado em limpeza de pele diferenciada, ela conta que existem pessoas que passam a vida inteira sem fazer uma limpeza de pele sequer. “Daí, quando ficam mais velhas, acabam acumulando muitas coisas na pele, como comedões abertos e enormes, grãos de milium, pequenos cistos que são os cravos fechados. Tudo isso dá uma aparência pesada, sabe?”, conta ela, que completa: “É comum atender pessoas de 70, 80, 90 anos, que, no aniversário, a família traz para uma limpeza. Os filhos é que pedem e esses pais topam. Nesses casos faço a limpeza possível, para não agredir a pele, que nesta fase da vida está muito fina, muito sensível e fica ainda mais sensibilizada conforme a gente vai mexendo. Então, procuro tomar mais cuidado do que o habitual. Mas, o mais interessante é que mesmo o pouco que a gente faz, já faz muita diferença, melhora a cor, a textura, faz a pessoa se sentir mais bonita, animada, com mais autoestima”.

20. Qual a diferença entre bioestimuladores injetáveis e fios de sustentação para uma pele madura?

“Estamos falando de duas abordagens distintas para tratar a pele madura, cada uma com suas próprias indicações e mecanismos de ação e cuja escolha deve ser baseada em uma avaliação detalhada das necessidades individuais do paciente, bem como de suas expectativas e condições de pele”, reforça a médica com pós-graduação em dermatologia Fernanda Cassain, de Campinas (SP). Ela esclarece que, regra geral, os bioestimuladores, que podem incluir ácido poli-l-lático (PLLA) ou hidroxiapatita de cálcio (CaHA), são usados quando se deseja melhorar a qualidade da pele, aumentar a densidade dérmica e proporcionar um efeito de lifting sutil e natural ao longo do tempo. Os resultados aparecem gradualmente, geralmente entre 2 e 6 meses, já que dependem da resposta do corpo na produção de novo colágeno. Os efeitos podem durar entre 1 e 2 anos, dependendo do tipo de bioestimulador e das características individuais do paciente. “Já os fios de sustentação, que podem ser feitos de materiais como polidioxanona (PDO), ácido poli-l-lático (PLLA) ou ácido poliglicólico (PGA), são inseridos sob a pele para proporcionar sustentação dos tecidos flácidos e um efeito lifting imediato de áreas específicas do rosto, como bochechas, sobrancelhas, linha da mandíbula e pescoço. Também estimulam a produção de colágeno ao redor dos fios, oferecendo uma melhora adicional na firmeza da pele, com resultados que podem durar entre 12 e 18 meses, variando conforme o tipo de fio utilizado e as características individuais do paciente”, completa a médica.

21. Qual o segredo para realizar preenchimento em uma pele madura sem que a pessoa fique com o rosto com aspecto de inchado ou gordo?

“O segredo está na aplicação cuidadosa e estratégica”, afirma o cirurgião plástico André Maranhão, que lista al algumas diretrizes que ele considera essenciais:  

  • Avaliação individualizada – cada paciente tem características faciais únicas. Uma avaliação detalhada da estrutura óssea, volume de tecido e áreas de perda de volume são essenciais para um plano de tratamento personalizado.
  • Uso moderado de preenchimento – evitar excessos é fundamental. Utilizar pequenas quantidades de produto em várias sessões, se necessário, pode ajudar a alcançar resultados naturais.
  • Escolha adequada do produto – diferentes tipos de preenchedores têm propriedades distintas. Usar preenchedores específicos para áreas estratégicas pode resultar em uma aparência mais natural.
  • Técnica de injeção – técnicas avançadas, como injeção em camadas profundas, podem fornecer suporte estrutural sem criar volume excessivo. Usar cânulas ao invés de agulhas pode ajudar a distribuir o produto de maneira mais uniforme e reduzir o risco de irregularidades.
  • Restauração e não exagero – o objetivo deve ser restaurar a perda de volume e contorno de forma sutil, mantendo a expressão natural facial. Focar em áreas que realmente precisam de suporte, como bochechas, têmporas e queixo, pode evitar um aspecto inchado.
  • Combinação de tratamentos – em alguns casos, associar preenchimentos com tratamentos como toxina botulínica, lasers ou ultrassom, pode fornecer resultados mais equilibrados e naturais sem sobrecarregar a face com volume excessivo.

22. A área dos olhos é uma das que mais entrega a idade da pele. No caso de uma pele madura, quais tratamentos são mais indicados para essa região, e com quais propósitos?

Fernanda Cassain explica que a área dos olhos é particularmente sensível e tende a mostrar sinais de envelhecimento mais rapidamente devido à pele fina e à alta mobilidade muscular. “Para uma pele madura, é importante escolher tratamentos que abordem diversos aspectos do envelhecimento, como rugas, flacidez, olheiras e bolsas”, diz ela, que relaciona abaixo os tratamentos que mais indica:

  • Preenchedor com ácido hialurônico – é ideal para reduzir olheiras e preencher sulcos profundos, como o nasojugal, também conhecido como ‘lágrima’. Tudo isso com a vantagem de proporcionar um efeito imediato de preenchimento e hidratação, melhorando o aspecto de cansaço e dando um ar mais jovem ao olhar.
  • Toxina botulínica – recomendado para suavizar rugas dinâmicas, como os pés-de-galinha, causadas pela movimentação dos músculos ao redor dos olhos. Por relaxa temporariamente os músculos responsáveis pelas rugas, confere uma aparência mais suave e descansada.
  • Laser de CO2 fracionado – pode ser usado para tratar rugas finas, melhorar a textura da pele e estimular a produção de colágeno. Também oferece um rejuvenescimento significativo da pele ao redor dos olhos, reduzindo linhas finas e melhorando a elasticidade cutânea.
  • Radiofrequência – recomendado para estimular a produção de colágeno e melhorar a flacidez da pele, proporciona um efeito lifting suave e melhora a firmeza da pele, reduzindo a aparência de pele solta ao redor dos olhos.
  • Peelings químicos – além de melhorar a textura da pele, clarear pigmentação e estimular a renovação celular, pode clarear olheiras pigmentares, suavizar rugas finas e deixar a pele mais homogênea.

23. Quais opções existem para recuperar a perda do contorno facial em casos de pele madura?

Segundo a dermatologista Ana Maria Pellegrini, existem as opções com tecnologia, como é o caso da radiofrequência microagulhada e da radiofrequência fracionada, que estimulam a formação de colágeno novo e a remodelação dos tecidos para melhorar a sustentação da pele. As microlesões provocadas pelas agulhas desses equipamentos ainda favorecem a regeneração e a renovação celular devido ao processo de cicatrização, com os canais que foram abertos pelas agulhas ainda poderem ser usados para a realização de drug delivery, potencializando os resultados obtidos. “Também é indicado para restaurar o volume e a sustentação da pele, promovendo um efeito lifting, o preenchedor. Esse up cutâneo é conseguido ainda com os fios de sustentação, que ainda estimulam o colágeno. Quanto à toxina botulínica, ela é excelente para relaxar os músculos que fazem com que o pescoço puxe a pele para baixo, comprometendo o contorno facial. Por fim, os bioestimuladores podem ser usados para aumentar o colágeno, melhorar a firmeza e o contorno a longo prazo”, diz a médica.

24. Quais os ácidos mais indicados para a pele madura?

“No geral, podemos incluir três ácidos importantes para a pele madura: o retinóico, ou retinol, o glicólico, ou o lático, e o hialurônico. O primeiro estimula a renovação celular, melhora a textura da pele, reduz rugas e hiperpigmentações. Já o ácido glicólico é um alfa-hidroxiácido (AHA) que esfolia a pele, promovendo a renovação celular e melhorando a textura; enquanto o ácido lático, que é outro AHA, só que mais suave, hidrata enquanto esfolia e é indicado para peles mais sensíveis em substituição ao glicólico. O ácido hialurônico não é um esfoliante, mas um potente hidratante que ajuda a manter a pele preenchida e viçosa”, explica a dermatologista Ana Maria Pellegrini.

25. Hidratação parece ser um dos assuntos mais urgentes para a pele madura. Dito isso, quais as características do hidratante ideal para esse tipo de pele?

“Hidratação é, de fato, crucial para a pele madura, já que ela tende a ser mais seca, menos elástica e mais suscetível a rugas e linhas finas”, explica a dermatologista Fernanda Cassain, que lista as principais características que um hidratante para esse tipo de pele deve oferecer:

  • ativos hidratantes potentes, entre eles ácido hialurônico, glicerina, ceramidas e ureia;
  • ingredientes antienvelhecimento, como peptídeos;
  • boa textura e consistência. Aqui, há sempre uma discussão em torno de usar sérum ou creme. A médica responde: “Você não precisa escolher um ou outro, pode combiná-los, aplicando o sérum antes do creme. Afinal, o sérum é leve e tem alta concentração de ingredientes ativos enquanto o creme tem uma textura mais rica, que oferece uma hidratação mais intensa e confortável para a pele madura que tende a ser seca”.

26. Quando a hidratação oferecida pelos cosméticos não é suficiente, o que pode ser feito para hidratar a pele madura?

“Nos casos em que a paciente sente a necessidade de mais hidratação uma excelente opção é o skinbooster, em que microinjeções de ácido hialurônico de baixa densidade são aplicadas diretamente na camada intermediária da pele, a derme. Diferentemente dos preenchimentos tradicionais, que visam adicionar volume, o skinbooster é utilizado para melhorar a elasticidade, a textura e a hidratação de maneira profunda e duradoura ao atrair e reter a umidade nas áreas em que é aplicado. Daí o procedimento ser bastante indicado para quem está com a pele desidratada e opaca e tem rugas finas e linhas de expressão”, diz Fernanda Cassain. Segundo ela, os resultados são visíveis após algumas semanas, com melhora progressiva ao longo dos meses. Esse efeito costuma durar entre 6 e 12 meses, dependendo da técnica utilizada e das características individuais da pele.

27. Quais as opções para recuperar os volumes faciais de quem possui uma pele madura?

Segundo Mônica Aribi, uma das melhores estratégias para recuperar o volume facial é usar preenchedores. “Injetamos bem profundamente na pele, no supra-ósseo. Hoje em dia também existem aparelhos que fazem uma ginástica facial, como se fosse uma musculação que deixasse os músculos mais tensos e puxando menos a pele para baixo. Mas, já deixo um alerta que esses equipamentos: eles teriam que ser feitos de uma forma mais repetidamente, diferente de, por exemplo, você colocar um volumizador que vai durar um ano”, destaca a médica.

28. Uma pele madura pode se beneficiar da toxina botulínica ou a substância é contraindicada quando a pele já está madura, com rugas aparentes e flacidez instalada?

O cirurgião plástico André Maranhão afirma que a pele madura pode, sim, se beneficiar da toxina botulínica. “Nesse tipo de pele, a substância pode reduzir rugas dinâmicas, mesmo as mais profundas, além suavizar as linhas de expressão, melhorando a aparência geral. E, por diminuir a atividade muscular, o tratamento também é capaz de prevenir a formação de novas rugas e o aprofundamento das já existentes. No entanto, é importante notar que a toxina botulínica pode não ser tão eficaz para rugas estáticas, aquelas visíveis mesmo em repouso, e quando a flacidez e avançada. Nesses casos, pode ser necessário combinar a técnica com outras como preenchimento, laser, ultrassom microfocado ou radiofrequência, para obter resultados mais abrangentes”, avisa o médico.

29. Pensando em rejuvenescimento facial, quando a cirurgia deve ser considerada para a pele madura ao invés de realizar tratamentos estéticos e dermatológicos?

Para o doutor André Maranhão, a decisão deve levar em conta vários fatores. “Por exemplo, quando há flacidez significativa na pele e nos tecidos subjacentes, especialmente no pescoço e na linha da mandíbula, os tratamentos não cirúrgicos podem não ser suficientes para alcançar os resultados desejados. Um lifting facial pode ser necessário para reposicionar e remover o excesso de pele. Outro ponto a se considerar é a perda de volume. Se ela for profunda e acentuada nas bochechas, têmporas e ao redor dos olhos, onde os preenchimentos dérmicos não conseguem restaurar a aparência jovem de maneira satisfatória, procedimentos cirúrgicos como lifting de bochechas ou enxerto de gordura

odem ser considerados. Quando a paciente possui rugas e vincos profundos, especialmente nas áreas da testa, ao redor dos olhos e da boca, ela pode se beneficiar mais de procedimentos cirúrgicos como lifting de sobrancelhas ou lifting de face superior, que tratam a pele e os músculos subjacentes”, esclarece o médico. Ele completa: “Quando há uma combinação de problemas, como flacidez, rugas profundas e perda de volume, a cirurgia pode ser a abordagem mais eficaz para tratar todos esses aspectos simultaneamente, proporcionando um rejuvenescimento mais completo. Além disso, é importante ressaltar que se o paciente deseja mudanças mais significativas e possui expectativas realistas sobre o tempo de recuperação e os resultados, a cirurgia pode ser a opção recomendada”.

30. Quando a paciente que tem pele madura pode considerar fazer uma blefaroplastia?

“A cirurgia das pálpebras é indicada para casos mais graves de flacidez e bolsas sob os olhos, já que remove o excesso de pele e gordura da região, proporcionando um rejuvenescimento mais significativo”, diz o cirurgião plástico André Maranhão.

Somos uma empresa com coração e alma humanos. E a humanidade nos traz inquietude para buscarmos sempre o novo, discernimento para abraçarmos as causas certas, coragem para seguirmos adiante mesmo em face de tempos difíceis, orgulho para mostrarmos a grandiosidade do segmento brasileiro.

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