Criar novas demandas é bem melhor que disputar clientes

Vivemos na era da disputa. Aprendemos, desde cedo, a rivalizar e querer sempre ganhar, sermos competitivos. Nossa sociedade é assim e parte do mundo dos negócios também incentiva comparativos e o clima de competição. A ideia é sadia, pois cria novas perspectivas e estimula a busca pelo sucesso. Mas quando não entendemos a visão de pensar além da disputa, pesamos a mão, ficamos cegos, perdemos a autocrítica e vemos sempre o comentário alheio, e muitas vezes construtivo, como uma afronta. 

E quanto mais nós rivalizamos, mais perdemos o foco real do empreendedorismo, nos esquecemos de algo importante e essencial dentro do processo de crescimento do empreendedor: criar demanda, imputar ao consumidor a necessidade de compra, gerando novos clientes e aumentando o mercado para todo o setor. 

Uma ideia bem simples pode te ajudar a entender esse processo. Imagine uma área com 10 mil clientes. Você tem metade desse público e seu principal concorrente tem a outra parte. Observe o esforço que você terá diariamente focando apenas em reverter parte do consumidor de outra marca. Enquanto você quebra a cabeça querendo abocanhar quem está consumindo produto alheio, busque novos consumidores, gente que ainda não conhece o setor ou tem pouca informação de qualidade sobre sua área de atuação. Na Micropigmentação, por exemplo, temos uma demanda reprimida de milhões de possíveis usuárias de técnicas variadas e soluções de beleza. 

Ande na rua e perceba quantas mulheres não têm sequer uma sobrancelha micropigmentada. Passamos por uma evolução da Micropigmentação sem precedentes, com tecnologias cada vez mais eficazes para o desenvolvimento de pigmentos e dermógrafos, além de técnicas cada vez mais rebuscadas e embasadas em estudos científicos, com um caminho de muito mais investimentos e crescimento à frente. 

Pegar essa cliente que nunca fez um procedimento e envolvê-la não é muito mais interessante e, em muitos casos, mais efetivo que querer convencer uma consumidora do seu concorrente? Com certeza é! E é disso que eu estou falando, de repensar essa disputa, expandir horizontes e entender o mundo que temos para conquistar. 

É um universo inexplorado e carente de novidades, num país que está em quarto lugar no mundo em consumo de produtos de Beleza — de acordo com o Painel de Dados de Mercado da ABIHPEC, o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) teve uma alta de 5,7% em vendas no primeiro quadrimestre de 2021, mesmo diante de uma pandemia. 

Se colocarmos uma lupa ainda maior nesses números, vemos que o consumo de produtos de cuidados com a pele teve alta de 21,9%, se compararmos com o ano anterior. E todos os produtos desse setor cresceram acima de dois dígitos. Se formos exclusivamente para produtos voltados ao rosto, máscaras de tratamento faciais apresentaram 91% de crescimento e cuidados com a pele do corpo apresentaram alta de 153,2%. Não estou aqui afirmando que observar a concorrência e querer ser melhor são coisas ruins, ao contrário. A observação nos faz crescer e buscar a excelência. Só que, como disse, não pode ser só isso, somente essa ideia de querer ser melhor que o outro. É preciso entender o mercado, saber suas lacunas, onde as principais marcas estão deixando a desejar, se posicionar e buscar soluções em lugares inexplorados. Afinal, num mercado sempre em mudança como o nosso, quem se atém apenas a uma possibilidade está perdendo um tempo precioso.

Andrea Martins (@andreamartinsmag) é diretora geral do Mag Group, que engloba a Mag Estética e a Mag Indústria – oferecem cursos, máquinas exclusivas e pigmentos para micropigmentação. É coautora do livro Micropigmentação: beleza feita com arte.

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