Botox preventivo: como orientar o paciente?

Botox® é o nome comercial de uma substância produzida a partir da bactéria clostridium botulinum. Ela é bastante utilizada para tratamentos de rejuvenescimento facial, e pode ser usada também maneira preventiva para ajudar a reverter o envelhecimento cutâneo, processo que começa a ocorrer partir dos 30 anos – e é normalmente nessa fase que a paciente chega ao consultório com a queixa de um rosto já não tão viçoso.

Essa ‘procura antecipada’ começou a acontecer de forma mais precoce nos últimos dois anos. Acredito que devido ao aumento do uso das redes sociais, filtros, lives e aplicativos para a realização de reuniões virtuais. Outro fator que deve ser levado em consideração é que as famosas, cada vez mais ‘photoshopadas’, acabam estimulando essa busca pela juventude eterna, e não é difícil identificar na TV as celebridades que andam se esbaldando com a técnica.

O botox preventivo, como ficou conhecido, também está sendo usado para levantar sobrancelhas e testa. Hoje é comum receber jovens com menos de 30 anos interessados em realizar o procedimento com a toxina botulínica a fim da eliminação de imperfeições e linhas de expressão. Porém, essa busca cada vez mais precoce pode ser perigosa. É importante enfatizar que a ‘pele perfeita’ não existe e cada um tem suas linhas de expressão de forma única. O que devemos incentivar em nossos pacientes é a busca por um envelhecimento natural e saudável.

A prevenção é válida, claro, mas sem exageros. No geral, a aplicação da toxina pode começar por volta dos 25 anos, mas não existe uma idade certa. Deve-se avaliar a necessidade individual de cada paciente, pois ele pode ter uma idade cronológica e a pele dele, outra. Por exemplo: pacientes de pele clara, olhos claros, loiros, ou que tenham fotofobia e, por consequência, têm muitas marcas ao redor dos olhos, podem começar antes.  Ao longo da vida, cada um de nós realiza inúmeras expressões faciais e algumas, com o passar do tempo, terminam em marcas. Antes que essas marcas apareçam, podemos atenuar aquele movimento de forma que não dê origem à ruga estática. Então, neste caso, realmente há uma ação preventiva que pode ser realizada de seis em seis meses.

É interessante entender que a toxina botulínica age proporcionando um relaxamento do músculo por atuação dos receptores de acetilcolina, uma substância que determina a contração muscular. A ação não é paralisia, pois não desejamos um rosto congelado e inexpressivo. Mas é fundamental que o especialista analise a mímica facial de cada paciente, uma vez que cada pessoa se expressa de uma forma. Dessa maneira, a intervenção será de forma mais leve e natural. Para que não ocorra exageros, o profissional deve usar o produto com parcimônia e nos locais adequados.

Quando colocado na quantidade e nos pontos corretos, os resultados são muito bons. Porém, o profissional não pode se esquecer de conscientizar o paciente de que mesmo aplicando o produto precocemente, ainda assim as rugas vão existir.

No quesito flacidez, quando o paciente deseja uma pele mais firme – um lifting no rosto -, apenas o uso da toxina botulínica não é a ação mais indicada. O que pode ser feito é a combinação de vários tratamentos, como, por exemplo, com os bioestimuladores (ácido polilático e hidroxiapatita de cálcio).

O paciente também precisa ter conhecimento dos tratamentos domiciliares necessários, como o uso de protetor solar, antioxidantes, alfa hidroxiácidos, retinóides, hidratantes, alimentação balanceada com legumes, frutas e verduras e ingestão de bastante água, especialmente no verão.

Não se esqueçam de incentivar seus clientes a tirar a maquiagem antes de dormir, já que isso é um cuidado importante para quem deseja uma pele saudável e que irá garantir um envelhecimento mais natural e com qualidade.

Adriana Lima @vivabemspa é biomédica formada pela Unigranrio, especialista em Harmonização Facial, Biomedicina Estética e Terapias Integrativas.

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