A nova classificação do melasma, que o divide em quatro graus, foi feita como uma maneira de facilitar a anamnese e a prescrição dos produtos corretos para cada um dos graus de melasma. Na classificação antiga, havia muitas dificuldades e quase sempre o resultado era inconclusivo, uma vez que ela contempla a divisão do melasma entre epidérmico, dérmico ou misto que, neste último caso, seria uma mistura dos dois primeiros. Esta classificação é bastante difícil de ser realizada e requer equipamentos específicos, que muitas vezes não estão disponíveis, e também não ajuda na determinação do tratamento.
A nova classificação do melasma divide este problema de pele em:
> Melasma grau 1: quando a mancha escura possui menos de um ano e em geral ainda é clara e de tratamento mais fácil.
> Melasma grau 2: é aquele que tem mais de um ano e, por essa razão, as manchas já são mais visíveis, ligeiramente mais profundas e que requerem tratamento urgente e imediato para que não se agravem.
> Melasma grau 3: compõe a maioria dos casos de pacientes que buscam o tratamento, é aquele que possui mais de 5 anos, quando então as manchas escuras já estão maiores, mais densas e mais profundas, de modo que este grau de melasma é também chamado de melasma resistente, uma vez que não responde aos tratamentos convencionais.
Melasma grau 4: possui mais de 10 anos, onde as manchas estão de tal maneira aprofundadas, isto é, a melanina está tão densamente depositada na derme, que este grau de melasma é também chamado de muito resistente a tratamentos.
A partir desta nova e prática classificação do melasma, qualquer profissional que se dedique aos cuidados da pele pode fazer uma rápida anamnese e recorrer aos produtos específicos para melhores resultados.
É importante frisar que, nos casos dos melasmas mais avançados, como aqueles de grau 3 e 4, o melanócito, que é a célula produtora de melanina, passa a injetar e depositar a melanina na derme, que é uma camada da pele que não descama e possui renovação extremamente lenta, o que, obviamente, torna os tratamentos mais difíceis, ao passo que no melasma grau 4, segundo os estudos científicos, o melanócito já migrou completamente para a derme, aumentando ainda mais a deposição de melanina nesta camada da pele, tornando-o muito resistente e de tratamento mais complicado.
Finalmente, agora conseguimos explicar por que alguns tipos de manchas não clareiam aos tratamentos comuns e, com esta nova classificação, tanto os profissionais quanto os pacientes ganham facilidade e praticidade, uma vez que os tratamentos para cada grau do melasma estão bem definidos.
Como sempre falo em minhas aulas, o melasma não é causado pela gravidez, nem por secadores de cabelo, nem pela água quente do banho e, muito menos, pelas pílulas anticoncepcionais ou vapores das panelas. Segundo estudos, o melasma é causado por graves lesões no DNA das células da pele decorrentes da exposição solar crônica ou aguda, de modo que, quando estas lesões ocorrem no melanócito, estes se hipertrofiam, aumentam a produção de melanina e, com suas prolongações celulares extremamente aumentadas, passam a injetar a melanina na derme ou ainda migram completamente para a derme, conforme já explicado acima.
Desta forma, o Brasil, um país de altíssimo índice ultravioleta, que é a quantidade de radiação solar que chega ao planeta em determinado local, num determinado horário, e numa determinada época do ano, se torna um dos países com maior incidência de melasma do mundo: mais de 50 milhões de pessoas sofrem com melasma no Brasil, sendo sua imensa maioria mulheres. E, como citado anteriormente, a gravidez não tem o poder de causar o melasma, mas uma vez que haja danos no DNA das células da pele, os hormônios aumentados na fase da gravidez podem aumentar ainda mais a produção de melanina, constituindo-se num interessante fator agravante deste problema de pele.
A grande novidade no tratamento do melasma é que, uma vez que o clareamento é realizado com ingredientes de alta potência, como o ácido tranexâmico, a niacinamida ou ainda a combinação de alfa arbutin com vitamina C e, uma vez que, paralelamente ao tratamento clareador, adicionamos ingredientes capazes de reparar o DNA danificado, a tendência é que estas células, pouco a pouco, retornem ao seu estado natural, o que faz com que o melasma clareie de maneira muito satisfatória, e ainda que não haja o temível efeito rebote, pois ao mesmo tempo em que clareamos, estamos reparando as células, isto é, reparando o DNA, então estas células perdem a capacidade de produzir quantidades anormais de melanina.
Para tanto, foi desenvolvida a técnica dos três Ps, onde dizemos que os produtos corretos, juntamente com o protocolo adequado e com a persistência por parte do profissional e do paciente, leva a resultados nunca vistos antes. Dr. Maurizio Pupo @mauriziopupo é professor, farmacêutico, pesquisador especialista em Cosmetologia e CEO da Ada Tina @adatinaitaly. É autor de vários livros na área cosmética, como Tratado de Fotoproteção, Luz Azul | Luz Visível e Impactos na Dermatologia, DIFENDIOX® OPP’s Antioxidantes Biologicamente Ativos e Estabilizados em Sistema Hydromicelar, entre outros.