Este é um dos temas mais desprezados pelo profissional de Micropigmentação e é justamente aquele que pode impedir o acontecimento de graves erros. Durante muitos anos, devido ao pouco acesso à informação, muitos profissionais aprendiam a arte da Micropigmentação sem, no entanto, se preocupar com algo realmente imprescindível, o estado geral de saúde de nossas pacientes (clientes), seu estado emocional e aspectos importantes do tipo de pele que ela possui. Com a globalização trazida pela internet, o acesso às informações ficou muito mais fácil e ainda assim muitos profissionais executam um procedimento tão sério sem informações mínimas necessárias para o melhor desenvolvimento.
A Anamnese é basicamente um questionário de perguntas e respostas onde o profissional micropigmentador deve buscar informações que levem à indicação ou contraindicação de determinado procedimento, insumo ou técnica. Na Micropigmentação, a Anamnese não deve ser restrita apenas a um questionário, mas, também, devemos nos utilizar da parte sensorial, pois, ao tocar na pele nós podemos sentir se é uma pele fina, flácida, espessa, dentre outros aspectos; e, na parte visual, perceber se a pele está hiperemiada, lesionada, irritada etc. Desta forma, é mais fácil detectar anormalidades que podem afetar o resultado final.
Por isso, é fundamental entender a importância de dialogar com a cliente, em vez de lhe oferecer um simples questionário onde ela marcará sim ou não para perguntas , muitas vezes, nem entende.
O profissional de Micropigmentação deve estudar a fim de reunir conhecimentos gerais de saúde, principalmente no que se refere à anatomia e fisiologia da pele (Sistema Tegumentar). Na Anamnese, além das informações como nome, idade e sexo, devem constar também perguntas como:
- Possui alguma doença autoimune? Qual? Está em fase aguda?
- Tem algum tipo de alergia?
- Possui glaucoma?
- Está amamentando?
- É portadora de herpes?
- Possui anemia?
- É hipertensa? Faz tratamento? É controlada?
- Possui cardiopatia?
- Possui HIV? Faz tratamento?
- Possui alguma patologia circulatória?
- Já se submeteu a cirurgia estética facial? Se sim, há quanto tempo?
- Está grávida?
- Possui diabetes?
- Possui hepatite?
- Possui alguma doença dermatológica?
- Tem relato de má cicatrização?
- É fumante?
- Usa marca-passo?
- Já se submeteu a algum procedimento de Micropigmentação?
- Utiliza regularmente algum medicamento comum ou controlado?
- Já injetou algum produto estético na região a ser micropigmentada?
- Está em tratamento de alguma doença crônica ou aguda?
As perguntas acima norteiam o profissional quanto à presença de alguma patologia, dando-lhe noção sobre o aspecto geral da saúde da paciente. Há outras perguntas desprezadas, mas que são indispensáveis. Por exemplo: qual é o tipo de trabalho que ela exerce e suas atividades diárias, como é sua alimentação e também os cuidados estéticos que habitualmente ela se submete.
É importante que o profissional monte sua Anamnese em função das técnicas que utiliza e do seu próprio conhecimento sobre saúde. Por qual motivo o profissional precisaria saber se a paciente tem glaucoma ou se já se submeteu a cirurgia estética facial se ele só trabalhar com aréolas mamárias? Também não vai interessar se a paciente implantou próteses mamárias se ela só quiser micropigmentar as sobrancelhas ou o couro cabeludo.
Existem contraindicações impeditivas e relativas. Como o próprio nome já diz, as contraindicações impeditivas impedem a execução do procedimento, e as relativas podem impedir ou não, dependendo de cada caso.
Exemplos de impeditivas:
– Febre, pois indica que há alguma infecção ou inflamação grave;
– Alguma doença em sua fase de manifestação aguda, como as doenças autoimunes;
– Gravidez, pois, embora ainda não haja estudos assertivos sobre esta contraindicação, é sabido por todos que é uma condição delicada da mulher.
Exemplo de relativas:
– Diabetes, visto que um paciente diabético, se estiver com suas taxas sob controle, pode até mesmo ser submetido a uma cirurgia, então assim poderia submeter-se a uma micropigmentação. Neste momento, vale lembrar que o profissional deve evitar utilizar técnicas mais agressivas como o Microblading e optar por técnicas mais suaves para um efeito Shadow (Esfumado), feitas com o dermógrafo, consequentemente menos agressivas;
– Período de aleitamento materno;
– Fases crônicas de doenças autoimunes, como a rosácea e o lúpus.
Em todos os casos, nada melhor do que a paciente buscar a orientação do seu próprio médico, de forma documentada a ser repassada ao profissional de micropigmentação que irá atendê-la.
Durante a Anamnese, ao tocar na pele e sentir a sua textura, o profissional poderá decidir qual seria a técnica mais indicada para cada caso. É mandatório que o profissional tenha conhecimento sobre os tipos de pele e suas características, para que se faça uma análise assertiva a fim de diminuir contratempos após o procedimento. Atualmente, o profissional em Micropigmentação conta com diversos canais informativos para sua melhor formação.
– Cursos livres, desde que oferecidos por professores bem formados, e com experiência;
– Cursos on-line;
– Pós-graduação em Dermopigmentação – só pode ser realizada por profissionais que já tenham concluído uma graduação (faculdade). Academicamente falando, este é o nível máximo de aprendizagem para o profissional micropigmentador, pois além de possuir informações com embasamento cientifico, ao concluir suas obrigações acadêmicas ele recebe o Título de Especialista com reconhecido pelo MEC. Compreender as bases teóricas da Micropigmentação garante uma excelente execução prática e melhores resultados na pele do seu cliente, por isso é crucial dedicar-se e investir seu tempo em sua melhor formação.