A excelente notícia por trás da difícil tarefa de escolher um trio de ingredientes anti-flacidez é que atualmente estamos muitíssimo bem servidos de opções capazes de deixar a pele mais firme e com aspecto rejuvenescido. A solução, então, foi focar aqueles que preenchiam importantes requisitos, como: ser comprovadamente eficazes e seguros, utilizados, queridos e tidos como celebridades por profissionais da área e pelo consumidor final; poder ser aplicado tanto no rosto quanto no corpo, compor protocolos de cabine e ainda ser indicado para homecare. Os escolhidos foram vitamina C, ácido hialurônico e silício. Saiba mais sobre cada um deles.
Shâmia Salem (@shamiasalem)
A conta é simples: 80% do envelhecimento está relacionado ao estilo de vida e só 20% é ditado pela genética. “Poluição, estresse, exposição excessiva ao sol, má alimentação, má qualidade do sono, consumo exagerado de álcool e açúcar são alguns dos fatores que fazem com que os processos celulares mudem e os efeitos cumulativos do envelhecimento apareçam mais cedo na pele do rosto e do corpo, principalmente em quem não leva os cuidados preventivos a sério. Diante disso o que se tem é uma deficiência do organismo em produzir antiglicantes e antioxidantes associada à dificuldade de gerar energia mitocondrial, que seja usada pelas células para replicação, regeneração e autorreparo; bem como a perda imunológica e da capacidade de fazer uma barreira cutânea íntegra”, resume a dermatologista Claudia Marçal, de Campinas (SP).
Esses efeitos são comprovados em pesquisas. Uma das mais respeitadas realizadas em 2016 na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que realmente há uma queda acentuada na produção natural de antioxidantes já aos 20 anos. E que na faixa dos 30 ocorre um declínio no metabolismo que impacta na bioenergia das células que participam da formação de colágeno e dos processos de reparação cutânea. Em torno dos 40 o ciclo de vida natural das células é menor, e esse efeito fica nítido na pele, que ganha sinais de perda de sustentação bastante evidentes. Dos 50 em diante o corpo produz somente de 35% a 40% do colágeno necessário para deixar a pele firme e, como se isso não bastasse, a barreira de proteção cutânea enfraquece, levando ao ressecamento e à incapacidade de reter hidratação. “Tudo isso ajuda a entender por que a flacidez é uma das principais reclamações das pacientes e, também porque apostamos tanto em associações de procedimentos e de ativos para atender as várias necessidades cutâneas. Paralelo a isso, acho importante ressaltar que a pele é um “órgão comestível”, o que significa que melhores resultados podem ser obtidos com a combinação de ativos tópicos e orais, como acontece especificamente com a vitamina C e o silício”, comenta Ana Júlia Graf, fisioterapeuta dermato-funcional, pós-graduada em nutrição ortomolecular, gastroenterologia e nutrigenômica.
A seguir, entenda melhor como ficam essas combinações e as possíveis ações da vitamina C, do silício e do ácido hialurônico, lembrando que ao lado deles há outras excelentes opções de combate à flacidez.
VITAMINA C
A mais famosa das vitaminas se destaca por ter ação clareadora sem ser fotossensível, daí poder ser usada o ano todo; e por atuar como antioxidante, já que combate os radicais livres que danificam as células da pele e aceleram o envelhecimento precoce. Tanto que costuma ser um dos primeiros ativos indicados na faixa dos 20 anos, com a possibilidade de continuar sendo prescrita aos 30, 40, 50+. “Mais um motivo para usar vitamina C é que ela tem papel essencial na síntese do colágeno e da elastina”, destaca a fisioterapeuta dermato-funcional Ana Júlia Graf. Concorda com ela a dermatologista Kédima Nassif, de São Paulo: “Para potencializar esses efeitos, a tendência é associar a vitamina C ao ácido hialurônico, porque enquanto ele estimula a produção de colágeno e aumenta a hidratação, melhorando significativamente a sustentação e a textura cutânea; a vitamina C por si só estabiliza o colágeno formado na pele”. Esses benefícios, de aumentar o nível e qualidade do colágeno produzido, são alcançados tanto com uma formulação contendo os dois ativos quanto aplicando um na sequência do outro, que podem ser usados em peles de todos os tipos e de todas as idades.
ÁCIDO HIALURÔNICO
A substância é encontrada naturalmente na pele, mas, já a partir dos 25 anos o organismo vai perdendo a capacidade de produzi-la. E esse processo é acelerado por alguns fatores, como poluição, má alimentação, exposição exagerada ao sol e falta de cuidados com a pele. “Quando a concentração de ácido hialurônico começa a cair os primeiros sinais que surgem são ressecamento, perda da elasticidade, linhas aparentes e falta de sustentação cutânea. E não poderia mesmo ser diferente, já que sem ácido hialurônico, que é o maior hidratante do nosso corpo e está presente na pele do corpo inteiro e até no tecido adiposo e nos músculos, fazendo com que os tecidos fiquem maleáveis e firmes, a gente não tem formação de elastina”, reforça a fisioterapeuta dermato-funcional Ana Júlia Graf. A boa notícia é que procedimentos estéticos e cosméticos ajudam a repor a substância, que é uma molécula capaz de atrair e reter a água ao seu redor. “Por isso é que além de promover uma hidratação cutânea profunda, o ácido hialurônico redensifica a pele e favorece a renovação dérmica. Para facilitar ainda mais a assimilação do ativo pela pele e a potencializar esses benefícios, pode-se usar ácido hialurônico fracionado e vetorizado em silício orgânico ou combinar o ácido hialurônico com antioxidantes, caso da vitamina C, essa de uso tópico e oral”, avisa a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos.
SILÍCIO
A fisioterapeuta dermato-funcional Ana Júlia Graf explica que o mineral é responsável por juntar o colágeno e a elastina para gerar a tão esperada elasticidade da pele. “O colágeno sozinho dá volume e a elastina, elasticidade. Mas, eles são como tijolos; para ficarem unidos, é preciso ter uma liga, um cimento, e é esse o papel do silício. Sem ele, os tecidos ficam mais finos e frágeis”, esclarece ela. “O ativo é um dos mais consagrados no mercado por redensificar a pele, promover efeito lifting, ter uma atividade anti-inflamatória bastante importante e promover uma maior bioassimilação pela pele, ajudando a reestabelecer o colágeno e a elastina perdidos naturalmente com o passar do tempo e acelerados por poluição, cigarro, açúcar, álcool, má alimentação, estresse, excesso de radiação solar. E, como o silício também auxilia na retenção de água, favorece a firmeza, a elasticidade e a tonicidade. Mas, uma coisa é muito importante de dizer: a cereja do bolo é combinar o silício tópico com o de uso oral, para atingir estruturas mais internas e oferecer resultados ainda melhores”, afirma a farmacêutica Patrícia França.
“Para garantir um melhor processo de reestruturação dérmica, é preciso, sempre que possível, associar todas as ferramentas que temos: equipamentos, tecnologia, ativos tópico e de uso oral.”
Patrícia França, farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos
“Aposto na estética integrativa, em que o corpo é analisado e tratado como um todo em vez de focar o cuidado apenas numa área isolada. Porque para favorecer a elasticidade da pele não adianta oferecer, por exemplo, apenas radiofrequência se as células não estiverem saudáveis.”
Ana Júlia Graf, fisioterapeuta dermato-funcional, pós-graduada em nutrição ortomolecular, gastroenterologia e nutrigenômica