A tecnologia entrega o que hoje todo mundo quer: parecer mais jovem e bonito de um jeito natural, sem se afastar das atividades e com resultado duradouro. Conheça mais sobre esse tratamento que se tornou uma verdadeira febre nas clínicas de todo o país e que precisa estar no seu menu de procedimentos
Shâmia Salem (@shamiasalem)
“Tratamento não invasivo” parece ter se tornado a senha para quem sonha conquistar uma beleza do tipo “acordei assim”. Para chegar lá, hoje há uma série de intervenções à disposição. Porém, nenhuma tem disputado tanto o espaço na agenda dos profissionais de estética quanto o ultrassom microfocado, que virou sinônimo para lifting não cirúrgico e lifting sem cortes. Não é exagero, já que a tecnologia promove o rejuvenescimento tissular, sendo a única capaz de chegar até o SMAS, sigla para sistema músculo aponeurótico superficial, responsável pela sustentação da pele. “As ponteiras do equipamento convergem ondas de ultrassom em pontos com focos em diferentes profundidades, produzindo microcauterizações. Essa microlesões provocam uma reação inflamatória em que as células passam a produzir mais colágeno. Os tecidos entendem que deve haver uma cicatrização e aumentam o metabolismo da região. A consequência é uma produção de colágeno com melhora da flacidez, melhora da qualidade da pele, redução de rugas e até melhora de manchas como melasma”, descreve a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “Daí os resultados incríveis naquela paciente que reclama da sensação de estar com o rosto derretendo”, diz a fisioterapeuta dermato-funcional Camila Katsuragi, mestranda em bioengenharia e que tem como tema de estudo o ultrassom microfocado. Concorda com ela a doutora Beatriz Lassance: “Em pacientes jovens que reclamam de flacidez uso essa tecnologia como forma de postergar o lifting cirúrgico, sem contar que ela ainda complementa algumas operações que faço. Yenho uma melhora significativa da qualidade da pele da pálpebra inferior quando a utilizo após uma blefaroplastia”, exemplifica a médica. As possibilidades não param por aí.
Ação intensa
Desde que surgiu, o ultrassom microfocado vem sendo aprimorado de maneira bastante efetiva para oferecer tratamentos mais precisos, menos doloridos e com novas indicações. “Ele melhora a sustentação e a firmeza da pele por estimular o colágeno na camada mais profunda dos tecidos, trazendo contornos visivelmente mais acentuados tanto ao rosto quanto ao corpo. Com ele, você reduz a flacidez, as rugas e o aspecto de pálpebras caídas, levanta as sobrancelhas, melhora a definição dos ângulos da face, diminui a papada”, lista a dermatologista Tatiana Mattar. “Também tenho excelentes resultados em pacientes que sofrem por ter o rosto cheio, o que faz a pessoa parecer estar com sobrepeso, já que a tecnologia permite trabalhar o consumo de gordura dando efeito de bichectomia. Outros ótimos efeitos são naqueles casos em que a musculatura facial cai, provocando o visual conhecido como buldogue; e para dar início ao banco de colágeno em pacientes a partir de 35 anos”, completa a fisioterapeuta Camila Katsuragi, que ainda aplica a técnica no pescoço, no colo, no interno de coxas e no abdome, no chamado umbigo triste. “Vale ressaltar que a aplicação facial é indicada para diversos graus de envelhecimento, desde o mais inicial até o mais tardio, e a indicação do tratamento se estende ainda para poros dilatados e marcas de acne”, complementa a fisioterapeuta dermato-funcional Renata Taylor, consultora comercial sênior da HTM Eletrônica.
Conforto na aplicação
Segundo a consultora da HTM Eletrônica, a mais atual e melhor novidade do ultrassom microfocado é o fato dele não causar tanta dor, como acontecia no passado. “Pode haver sensação de desconforto, discreto inchaço e vermelhidão, mas eles são passageiros. E, vale ressaltar, ele é muito seguro se realizado por profissional especializado. Para ter ideia, com apenas uma aplicação se inicia o processo de regeneração da pele, porém, seus efeitos continuam de forma gradual alguns meses após o procedimento”, afirma Renata Taylor.
Após a sessão, a dermatologista Tatiana Mattar diz que não é necessário fazer repouso ou ter os movimentos limitados. “Há total liberdade para retomar as atividades normalmente, sem restrições pós-tratamento”, resume.
Protocolo de tratamento
“Tanto para rejuvenescimento quanto para o conceito de banco de colágeno, o ideal é fazer uma sessão anual bem-feita de ultrassom microfocado. Digo isso porque tenho visto pessoas usando potências muito baixas e não explorando tudo o que a tecnologia tem a oferecer. Porém, há casos como a região dos olhos em que a gente pode fazer uma aplicação e, depois, mais duas de reforço”, diz a fisioterapeuta Camila Katsuragi.
Para potencializar os resultados do ultrassom microfocado no rosto a médica Beatriz Lassance sugere associá-lo aos bioestimuladores, uma forma de aumentar a produção de colágeno por outro viés, de forma química. Já Camila Katsuragi costuma finalizar a sessão com radiofrequência bipolar e massagem com ativos como ácido hialurônico e DMAE quando quer um lifting imediato e que encante a cliente. A consultora da HTM Eletrônica sugere ainda o uso de peelings superficiais, como o de diamante e ultrassônico, que não geram processos inflamatórios e descamativos intensos. “Assim, não irá interferir no processo de proliferação e maturação do colágeno gerado pelo ultrassom microfocado”, esclarece. “Quanto aos tratamentos corporais, eles também podem ser combinados a técnicas com estímulo de hipertrofia muscular”, avisa a doutora Beatriz Lassance.
Na dúvida de investir…
A fisioterapeuta Camila Katsuragi esclarece que um equipamento de ultrassom microfocado não é barato. “Estamos falando de uma tecnologia complexa e inovadora, e isso tem um custo, claro. Porém, ela traz um excelente retorno financeiro, já que um full face, dependendo da região, pode custar cerca de R$ 5 mil. O paciente não se assusta com o orçamento, porque ele é cerca de 6 vezes menor do que o de uma plástica, para fazer um lifting que envolve cortes, pós-operatório e, como toda cirurgia, riscos”, diz ela, que afirma que o ultrassom microfocado é atualmente o carro-chefe da clínica dela e, também do consultório do dermatologista onde ela também atende. “O procedimento tem uma margem de lucro grande e é uma excelente estratégia para o profissional ou empreendedor que quer aumentar seu tíquete médio, seus resultados e passar a ter uma clínica de estética com maior valor agregado”, afirma. Fica a dica.
FRASE
“O procedimento tem uma margem de lucro grande e é uma excelente estratégia para o profissional ou empreendedor que quer aumentar seu tíquete médio, seus resultados e passar a ter uma clínica de estética com maior valor agregado”
Camila Katsuragi, fisioterapeuta dermato-funcional
“Com o ultrassom microfocado você reduz a flacidez, as rugas e o aspecto de pálpebras caídas, levanta as sobrancelhas, melhora a definição dos ângulos da face, diminui a papada”
Tatiana Mattar, dermatologista