O polêmico “chip da beleza”

O implante hormonal teria benefícios como tratamento de endometriose, TPM, menopausa, aumento da libido e de massa magra, diminuição da gordura localizada entre outros. Mas, apesar de tantas promessas, ele não é uma unanimidade entre a classe médica. NEGÓCIO ESTÉTICA ouviu especialistas e conta aqui o que eles pensam para que você entenda do que se trata e saiba o que dizer quando alguma cliente perguntar sobre o assunto

Karina Hollo @karinahollo

Estamos falando de um tubo de silicone com cerca de 0,1 mm de diâmetro e 2 cm de comprimento. É hipoalergênico e inabsorvível e tem fácil aplicação. É colocado no glúteo (dentro da marca do biquíni), em forma de leque. A aplicação é realizada em consultório médico, com anestesia local e não exige ponto. O implante de gestrinona, um hormônio que é usado pela via subcutânea, ficou conhecido como “chip da beleza“ depois de modelos e atrizes começarem a usá-lo. As promessas? Como é um hormônio androgênico, tem efeito no aumento da libido, diminuição da gordura localizada e aumento da massa magra. Muitas vezes é indicado para tratamento de sarcopenia (perda de músculos) e tem efeito positivo na manutenção óssea, diminuindo a evolução para osteoporose.

O que tem no implante?

São 5 os hormônios mais comuns, a saber:

  1. Gestrinona

A gestrinona é a junção da progesterona com a testosterona. Indicada no tratamento da endometriose, anemia ferropriva, evitar gravidez e menstruação, aumentar a libido, a massa magra e reduzir gordura localizada. “Para algumas mulheres que apresentam TPM, aumento de fluxo menstrual, anemia, dores intensas, endometriose e não podem menstruar, a gestrinona é a melhor solução. Tem efeito androgênico, aumenta massa magra, reduz gordura localizada, aumenta a libido, a disposição em geral e principalmente para atividades físicas”, fala Thais Zeque, diretora técnica do Espaço Evessence, ginecologista especialista em patologias genitais, modulação hormonal, menopausa e membro da ABCGIN (Associação Brasileira de Cosmetologia Ginecológica). Porém, ela ressalta: “É importante frisar que ela não é um tratamento para emagrecimento, ela faz músculo. O conjunto atividade física, reeducação alimentar e gestrinona levarão a perda de peso e definição muscular”, explica a especialista.

  • Estradiol

É o hormônio feminino. É responsável pela lubrificação vaginal, acentua o contorno da cintura e faz o tratamento da menopausa (os fogachos, por exemplo). “Mulheres na menopausa têm maior chance de apresentar doenças reumáticas. É muito interessante quando repomos o estradiol.  Ocorre diminuição dos episódios e também pode ser usado em associação com a Gestrinona”, fala Thais. 

  • Acetato de Nomegestrol

Hormônio com duração de um ano e usado como método anticoncepcional seguro. Não tem a primeira passagem hepática, logo não é trombogênico. Ideal para mulheres que não querem tomar um comprimido diariamente.

  • Nestorone

É uma progesterona usada para evitar gravidez em mulheres que estão amamentando. Também usada para tratamento de endometriose. “Mulheres que têm enxaqueca não devem usar estradiol. O Nestorone é uma das melhores indicações”, fala a gineco.

Testosterona

  • Hormônio usado tanto em homens como mulheres. Aumenta a libido, o desempenho sexual e a energia.

Quais os perigos do “chip da beleza”?

O implante só deve ser colocado com indicação médica. “Não é certo colocar unicamente para fins estéticos. A gestrinona é usada no tratamento de doenças como endometriose, mioma, sarcopenia e osteoporose. Tem efeito no controle da menstruação, na TPM, na anemia e ação anticoncepcional”, fala Thais.

Muitos efeitos colaterais

Como todo medicamento, os efeitos adversos existem. O maior perigo é a desinformação e o modismo. “Os hormônios androgênicos podem causar aumento do timbre da voz, aumento do clítoris e queda capilar e acne”, avisa Thais. Esses implantes de cápsulas de silicone sob a pele, com liberação prolongada de hormônios, principalmente gestrinona, para fins estéticos e de desempenho, são proibidos pelo CFM e também pela ANVISA. “Inicialmente indicados para tratamento de endometriose, contracepção e reposição hormonal, hoje contraindicados pelos órgãos reguladores”, alerta a médica Mônica Batista, pós-graduanda em dermatologia e nutrologia, que atende no consultório Medicina Inttegrada, no Rio de Janeiro. Para otimização hormonal, ela indica: exercícios regulares, alimentação equilibrada, administração do estresse, fitoterápicos, controle da obesidade. Os possíveis efeitos colaterais da gestrinona “chip da beleza” são queda de cabelo, acne, excesso oleosidade da pele e aumento de pelos, retenção hídrica e ganho de peso, aumento da glicemia, aumento do clitóris, engrossamento de voz. “Além de desconforto estético, essas alterações podem levar a problemas funcionais, como incômodo na relação sexual e até predisposição maior a algumas infecções locais devido a essa desestruturação anatômica”, explica Juliana Sales, cirurgiã plástica Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Segundo Juliana, devido a este boom de mulheres adeptas ao “chip da beleza”, a busca pelo rejuvenescimento íntimo consequentemente aumentou. “Além de ser recomendada a retirada do chip e acompanhamento hormonal com endocrinologista, as alterações locais podem ser corrigidas com procedimentos não cirúrgicos ou cirúrgicos, dependendo do caso. Vão desde preenchimento com ácido hialurônico até a cirurgia íntima, que pode incluir enxerto de gordura e retirada de outra parte do corpo e ninfoplastia”, finaliza.

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