Fotoprotetor solar injetável: inovação promete reforçar defesas da pele e combater envelhecimento

Enquanto os protetores solares tradicionais ganham reforço de versões orais no Brasil, uma nova tecnologia começa a chamar atenção no exterior: os fotoprotetores injetáveis. Desenvolvidos para fortalecer as defesas naturais da pele contra os raios UV, esses produtos também prometem auxiliar no combate ao envelhecimento precoce, mas principalmente proteger pessoas de pele muito sensíveis contra doenças causadas pela exposição solar. A novidade, já disponível nos Estados Unidos, em alguns países da Europa, no Japão e México, pode ser uma alternativa promissora para pessoas com pele sensível ou com histórico de doenças dermatológicas.

Os fotoprotetores injetáveis são compostos por uma formulação que tem entre seus principais ativos, o alfamelanotide, um peptídeo sintético que age como um análogo da melatonina, hormônio que regula a produção de melanina. Essa substância ajuda a reduzir a dor e a sensibilidade ao sol, sendo especialmente útil no tratamento de condições como o vitiligo ou a eritropoiese protoporfírica, uma doença rara que causa extrema fotossensibilidade, desencadeando queimaduras e feridas na pele após a exposição solar, mesmo que por curtos períodos. 

Proteção solar: um cuidado necessário em qualquer clima

A exposição aos raios UV é uma preocupação constante, mesmo em dias nublados. Cerca de 80% da radiação ultravioleta consegue atravessar as nuvens, e superfícies como areia e água refletem até 80% desses raios, aumentando o risco de danos à pele. Para pessoas de pele clara, até mesmo uma breve exposição ao sol pode resultar em queimaduras, especialmente nas áreas mais expostas. Em longo prazo, esses danos cumulativos podem levar às dermatites, ao envelhecimento precoce e até mesmo ao câncer de pele.

Enquanto os fotoprotetores injetáveis não chegam ao Brasil, os protetores solares orais já são uma realidade no mercado nacional e podem ser encontrados tanto em farmácias de manipulação como em drogarias.

Esses suplementos, que contêm substâncias como antioxidantes e extratos vegetais, oferecem uma proteção sistêmica contra os efeitos da radiação solar. Eles são um complemento aos protetores tópicos, que têm duração limitada e podem perder eficácia com o suor ou água. Estudos clínicos comprovam que os fotoprotetores orais combatem os radicais livres que a radiação ultravioleta produziu na pele e reduzem os danos causados pela exposição ao sol.

Cuidados tradicionais continuam essenciais

Apesar dos avanços tecnológicos no campo da fotoproteção, é importante salientar que os métodos tradicionais de proteção solar não podem ser deixados de lado. O uso diário de protetores solares tópicos, somado ao hábito de utilizar chapéus, óculos escuros, roupas adequadas e evitar a exposição prolongada ao sol, continua sendo a base para a prevenção de danos à pele. Proteções sistêmicas, sejam orais ou tópicas, funcionam como complementos, nunca como substitutas. A combinação de métodos é a forma mais eficaz de garantir a saúde da pele em longo prazo. Enquanto o mercado nacional aguarda a chegada de fotoprotetores injetáveis, a mensagem é clara: a proteção solar deve ser uma prioridade absoluta, independentemente da estação do ano ou das condições climáticas. Com o equilíbrio entre novas tecnologias e cuidados tradicionais, é possível aproveitar os benefícios do sol de forma mais segura e saudável.

Dr. Daniel Cassiano @daniel_cassiano é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Cofundador da clínica GRU Saúde, é formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Doutor em Medicina Translacional. Professor de Dermatologia do curso de Medicina da Universidade São Camilo, possui amplo conhecimento científico, atuando nas áreas de Dermatologia Clínica, Cirúrgica e Cosmiátrica.

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