Entre as queixas mais comuns de clientes está a gordura localizada. Para resolver esse desconforto estético com ótimos resultados, não é de hoje que o uso de enzimas lipolíticas tem se mostrado um excelente aliado dos profissionais da Saúde Estética
Carmen Cagnoni @carmencagnoni
O uso de enzimas na Estética é descrito há tempos na literatura, mas agora o tema está ainda mais em voga, com inovadores tratamentos sendo oferecidos. Isso, em parte, se deve ao fato de os procedimentos em questão serem minimamente invasivos, com excelentes resultados e poucas contraindicações.
Elas são as tais
“Enzimas são proteínas que têm como função catalisar, ou seja, acelerar reações metabólicas que acontecem nas células, reduzindo a quantidade de energia necessária para que elas ocorram. Cada enzima é específica para um tipo de reação. Ou seja, elas atuam somente em um determinado composto e efetuam sempre o mesmo tipo de reação. Na Estética, damos o nome de enzimas para uma mistura de compostos estéreis injetados na pele para um determinado tratamento. A mistura é escolhida pelo médico para que se alcance excelentes resultados e pode ser mudada a cada aplicação”, descreve a Dra. Cintia Guedes @cintiaguedesdermatologia, dermatologista com especialização em Medicina Estética, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
As denominadas enzimas lipolíticas, utilizadas nos tratamentos para eliminação de gordura, são fórmulas orgânicas produzidas em laboratório, com capacidade de acelerar as reações químicas no organismo a fim de destruir células adiposas, melhorando a circulação sanguínea e reduzindo quadros de gordura em áreas como culotes, coxas, abdome e glúteos. “Por meio do desenvolvimento de novos bioprocessos, hoje é possível produzir em escala industrial diversas moléculas de origem microbiana, que têm extrema relevância no mercado de cosméticos, como enzimas, os insumos biotecnológicos mais usados atualmente”, afirma Celso Santi Jr, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Superbac @superbac, empresa de soluções em biotecnologia. De acordo com o especialista, o ‘sucesso’ das enzimas se dá em decorrência dos benefícios oferecidos: “Elas conseguem catalisar reações químicas de maneira igualmente rápida e extremamente mais segura para o corpo humano, quando comparadas com moléculas químicas convencionais”.
Lipo enzimática
A Dra. Cintia Guedes explica que “as enzimas são usadas de maneira injetável para tratamento de gordura localizada, celulite e papada, principalmente. Mas podem também ser utilizadas para tratamentos capilares e faciais, como o de melasma, por exemplo”. A médica Dra. Kelly Pico @drakellypicco, especialista em Dermatologia Estética, destaca que o principal intuito, além do efeito redutor de gordura em locais pequenos, é oferecer o efeito de esculpir alguns contornos corporais também em regiões como da “gordurinha do sutiã”.
De acordo com a médica, a aplicação é realizada com o auxílio de uma agulha muito fina ou caneta pressurizada, normalmente na hipoderme, camada que fica abaixo da pele e concentra a maior quantidade de gordura. “Após a injeção do produto, as células adiposas (de gordura) absorvem as enzimas, que estimulam as reações químicas e aceleram o processo de eliminação da gordura, que é posteriormente drenada pelo organismo”.
As aplicações podem ser intramusculares, para quem deseja estimular o metabolismo e acelerar a perda de gordura corporal; ou subcutânea para perda de gordura localizada em determinada área.
- Lipo enzimática para gordura localizada: a aplicação é feita diretamente na região a ser tratada, normalmente abdome, culotes, flancos, área superior de costas etc. Neste caso, as enzimas causam um processo de liquefação da gordura. Após isso, ela é metabolizada pelo organismo e eliminada naturalmente.
- Lipo enzimática para emagrecimento: a aplicação é feita normalmente na região dos glúteos (intramuscular). As enzimas agem aumentando o metabolismo do corpo, tendo como resultado redução de gordura e perda de medidas.
Para garantir mais conforto ao paciente, é indicado o uso de anestesia tópica. “Em relação ao número de sessões, isso dependerá do volume de gordura que se pretende eliminar. Por conta disso, será sempre necessário fazer uma avaliação médica criteriosa. Entretanto, em geral são necessárias de uma a seis sessões intervaladas, sendo que cada uma delas dura em média 30 minutos, ainda que este tempo também dependa das regiões a se tratar”, explica a médica Kelly Picco.
O tratamento tem efeito duradouro, haja vista que as células adiposas destruídas não retornarão, porém é necessária a orientação ao paciente para que ele adote hábitos saudáveis para que o novo contorno corporal se mantenha.
As enzimas mais utilizadas
Existem diversos tipos de enzimas e cada uma delas possui uma função. Algumas aceleram o metabolismo, outras favorecem a quebra das células de gordura, outras auxiliam na firmeza da pele. “Podemos citar algumas bastante utilizadas na Estética, como cafeína, silício, fosfatidilcolina, DMAE, ácido hialurônico, desoxicolato de sódio, entre outras. A cafeína acelera o metabolismo, enquanto o desoxicolato de sódio e a fosfatidilcolina favorecem a quebra das células de gordura; já o silício e o DMAE auxiliam na firmeza da pele, por exemplo”, relata a Dra. Cintia Guedes.
BOX:
Toda atenção é pouca!
É imprescindível ter alguns cuidados com seus clientes ao utilizar enzimas
injetáveis em tratamentos corporais. “Os componentes devem ser estéreis obrigatoriamente, já que serão injetados no corpo. Caso contrário, há risco de contaminação bacteriana ou fúngica, além disso, podem ocorrer reações alérgicas às medicações utilizadas. Os tratamentos não devem ser realizados em gestantes, em quem tenha alergia a algum dos componentes da fórmula e em caso de existência de infecção ativa no local do tratamento. Também é importante alertar o paciente sobre a possibilidade de logo após a aplicação surgir inchaço, vermelhidão, dor e formação de hematomas na região tratada, que desaparecerão após alguns dias”, detalha a Dra. Cintia Guedes.
Vale sempre ressaltar a importância da utilização de substâncias aprovadas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para garantia de segurança e eficácia do procedimento, bem como os riscos caso o procedimento seja realizado por profissional não qualificado.
FRASES
“Podemos citar algumas enzimas bastante utilizadas na Estética, como cafeína, silício, fosfatidilcolina, DMAE, ácido hialurônico, desoxicolato de sódio, entre outras. A cafeína acelera o metabolismo, enquanto o desoxicolato de sódio e a fosfatidilcolina favorecem a quebra das células de gordura; já o silício e o DMAE auxiliam na firmeza da pele, por exemplo”
Dra. Cintia Guedes, dermatologista com especialização em Medicina Estética, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)
“Em relação ao número de sessões, isso dependerá do volume de gordura que se pretende eliminar. Por conta disso, será sempre necessário fazer uma avaliação médica criteriosa. Entretanto, em geral são necessárias de uma a seis sessões intervaladas”
Dra. Kelly Picco, , especialista em Dermatologia Estética