(DES) HARMONIZAÇÃO FACIALé hora de uma conversa franca – e necessária

Com o crescimento do setor, é notório também o aumento do número de casos de excesso de procedimentos que modificam a aparência e geram inúmeros questionamentos nas redes sociais. Negócio Estética conversou com especialistas para discutir o tema, as indicações, os limites, e o que os profissionais devem levar em consideração para a construção dos melhores resultados

Carmen Cagnoni @carmencagnoni

Para começar a nossa conversa é preciso deixar claro: o procedimento de Harmonização Facial é, sem dúvida, uma técnica valiosíssima para profissionais habilitados de diferentes áreas oferecerem aos seus clientes que buscam uma estética facial mais harmônica, como o próprio nome sugere. No entanto, a cada dia surgem mais e mais casos de insatisfeitos com o resultado, ou a constatação quase generalizada nas redes sociais de um ‘rosto da moda’, que nada tem de harmônico, infelizmente.

Na avaliação da dermatologista Adriana Vilarinho (@clinicaadrianavilarinho), o fato de cada vez ser mais frequente vermos resultados questionáveis se deve ao excesso de produtos injetados e erro de técnica por parte de alguns profissionais; e expectativas irreais e, muitas vezes, dismorfia corporal por parte de alguns pacientes. “Nos últimos anos, as pessoas embarcaram em um caminho de ‘massificação’ da beleza. Foram estabelecidos padrões de lábios cheios, bochechas projetadas e mandíbulas excessivamente demarcadas, fazendo com que muita gente fique com ‘o mesmo rosto’. Essa ‘receita de bolo’ que foi aplicada em muitas pessoas nos últimos anos está saindo de moda e esse padrão excessivo e artificial vem sendo debatido. Agora, os profissionais sérios têm buscado tratar os pacientes considerando a beleza natural e valorizando os aspectos e a individualidade de cada rosto”.

“De fato, temos batido de frente com essa realidade, a do estranhamento provocado por alguns procedimentos, justamente por uma doutrina que foi criada dentro do cenário do que seria a Harmonização Facial. Eu entendo que a limitação de uso de técnicas por parte de alguns profissionais, muitas vez elegendo apenas uma ferramenta, no caso o preenchimento facial, e não de várias disponíveis, fez com que muitos deles, especialmente os que têm contato direto com a mídia, realizassem uma indicação, não errônea, mas equivocada de determinada técnica, não sabendo usá-la apenas em pontos estratégicos para revelar e/ou trazer a beleza novamente à face”, concorda o Dr. Wbyster Lopes (@dr.wbysterlopes), especialista em Harmonização Facial e Corporal.

 Para o especialista, “muitos profissionais, tempos atrás, aplicaram uma quantidade elevada de produtos no tratamento de alguns famosos, porque desejavam divulgar para a mídia (e para o público em geral) de forma imediatista, como era possível reverter o processo de envelhecimento. Pensavam que preenchendo a face em grande escala, resolveriam aqueles espaços vazios que o envelhecimento deixou, reverteriam aquele aspecto de rosto cansado…  Assim, aplicaram uma quantidade excessiva de produtos. Porém, o uso de altas quantidades de substâncias traz uma série de alterações estéticas e até de complicações para o paciente. E foi o que vimos ao longo do tempo. Além do estranhamento do resultado, acompanhamos muitos destes pacientes famosos com efeitos colaterais decorrentes do excesso de material injetado”.

Desta forma, devido em parte à popularização da técnica, a Harmonização Facial tem sido, para muitos, definida como sinônimo de artificialidade e hoje carrega uma série de estigmas, afastando dos consultórios muitos pacientes que se beneficiariam da técnica. “A Harmonia Facial está profundamente ligada ao belo desde os primórdios da humanidade. Essa era a busca dos grandes pintores renascentistas ao tentar retratar a beleza de alguém em seus quadros. Então, um profissional experiente e sério nunca deixará um rosto fora de harmonia ao realizar um tratamento. Esse deve ser um dos principais objetivos dos procedimentos estéticos “, analisa a Dra. Cláudia Merlo (@dra.claudiamerlo), médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.

Ainda segundo a médica, a Harmonização Facial é extremamente benéfica não apenas para quem deseja rejuvenescer, já que permite devolver a estruturação do rosto perdida com o decorrer da idade, mas também para pacientes mais jovens que possuem alguma característica capaz de prejudicar a proporcionalidade da face, causando um desconforto estético. “Por exemplo, a retração do queixo é um problema que incomoda muitos pacientes, que recorrem até mesmo às cirurgias ortodônticas, e pode ser solucionado com uma Harmonização”, justifica.

Harmonização vai além dos injetáveis

 “Quando tivemos o boom da Harmonização Orofacial no Brasil, nós, profissionais, não tivemos muito feeling para poder entender até onde poderíamos ir, até porque era tudo muito novo, o preenchimento estava super em alta, todo mundo queria porque queria preencher… Então, usava-se quantidade absurda de produto em planos variados com o intuito de tentar reverter o máximo possível todo esse processo de envelhecimento. Mas se esquecia que, muitas vezes esse produto não iria se manter, justamente porque não tínhamos uma cronologia de cuidado, não existia uma sequência de ações para se cuidar daquela face, daqueles tecidos que eram afetados pelo envelhecimento e, consequentemente, todo aquele produto injetado, por falta de gestão, ia se degradando com muito mais facilidade”, explica Dr. Wbyster Lopes.

Para o especialista, isso vem mudando e hoje a Harmonização Facial precisa ser vista como uma das ‘ferramentas de acabamento de todo processo de tratamento da pele’. “Porque harmonizar é tratar. O conjunto de indicações de procedimentos é que faz com que seja possível chegarmos à totalidade da Harmonização Facial, não apenas o uso de uma técnica exclusiva. É partir da premissa fundamental da Estética: a importância de se gerenciar a saúde de uma pele, de prepará-la para receber qualquer procedimento. E eu defendo a importância de pensar na conjunção, na busca, na combinação de técnicas para obtenção de um resultado harmônico, que nada mais é do que ‘a conversa de todas as partes da face’ de nosso paciente”, analisa Dr. Wbyster. A Dra. Adriana Vilarinho concorda e acrescenta: “Para isso acontecer, em primeiro lugar é preciso entender e ouvir a queixa do paciente; sempre alinhar a expectativa dele com a realidade; e cuidar da pele nas diferentes camadas. Rosto bonito é aquele rosto saudável, com a pele bem tratada”.

Essa construção de uma pele bem tratada demanda várias ações, que também estão inseridas no contexto da Harmonização Facial. “Isso vai desde uma limpeza de pele à realização de peelings químicos, microagulhamento, uso de tecnologias, como ultrassom e radiofrequência, até chegar aos injetáveis. E sabemos muito bem que todos os produtos injetáveis são semipermanentes e por serem assim têm prazo de durabilidade, necessitando assim a realização de manutenção desses procedimentos no decorrer do tempo. Então, cuidando do gerenciamento, cuidando do processo de inflamação, cuidando do excesso da produção de radicais livres, da alimentação, tudo isso em conjunto é muito importante para que tenhamos resultados de altíssima qualidade, sem pesar a mão, usando pouquíssimos materiais e aumentando o tempo de durabilidade do procedimento. Acho que é essa chave que o profissional que pensa em trabalhar com Harmonização Facial precisa virar… E pensar: o que tenho na minha caixinha de ferramentas, incluindo técnicas e muitos materiais, que posso dispor para tratar a pele desse paciente, especificamente?”, instiga o Dr. Wbyster Lopes.

Ouvir e entender a queixa do paciente é o primeiro passo de um trabalho com muitas etapas a serem vencidas. “É fundamental que o profissional habilitado em injetáveis não meça esforços para, primeiramente, entender a queixa do paciente e então alinhar a expectativa dele mostrando que uma forma de conseguirmos ter resultados bons e estéticos, se assim posso dizer, dentro da Harmonização Facial é justamente irmos aos poucos, o menos sempre foi mais, sempre foi elegante, e precisamos buscar essa elegância, essa etiqueta na Estética – quem chega primeiro: o paciente ou o procedimento estético que ele fez? Ele tem de chegar primeiro, o procedimento estético é uma consequência, um complemento para valorizar uma pessoa”, orienta.

Distorções à parte

Se um lado estão os profissionais responsáveis pela avaliação do paciente e aplicação da técnica, de outro está o próprio paciente com suas expectativas – por vezes, além do indicado ou do possível. Nessa relação delicada, cabe ao profissional realizar uma análise criteriosa e também impor limites, quando necessário. “Um dos grandes motivos dos resultados exagerados vistos atualmente é a realização dos procedimentos a partir do bom senso e da visão artística do profissional, em vez de uma decisão baseada em estudos do rosto e das estruturas faciais do paciente. O problema é que o bom senso e o gosto artístico são muito individuais e, por isso, não devem ser ferramentas do médico na hora de realizar um tratamento. Para garantir resultados eficazes e ao mesmo tempo naturais, essas técnicas devem ser feitas a partir de evidências, de um estudo aprofundado da anatomia facial que leve em consideração ossos, músculos, gordura e pele”, aconselha a Dra. Cláudia Merlo.

A médica, ao realizar qualquer procedimento facial, tem como uma de suas principais ferramentas o estudo da cefalometria do paciente. “A cefalometria é uma ciência muito utilizada por pintores, que estuda as dimensões de toda estrutura do crânio e da face de uma pessoa. A Harmonização Facial, inclusive, parte desse estudo cefalométrico”, explica. A especialista diz ainda que uma avaliação aprofundada da anatomia facial é fundamental não apenas para a garantia de resultados satisfatórios, mas também para auxiliar o profissional a estruturar e harmonizar adequadamente o rosto com a menor quantidade de produto possível. “Por mais que o ácido hialurônico, por exemplo, seja biocompatível com o organismo, é importante estabelecer um limite. Se utilizarmos uma grande quantidade de preenchedores, podemos distender demais a pele, que tenderá a apresentar mais flacidez uma vez que o efeito passe, afinal, essas substâncias são temporárias. Cria-se então um ciclo vicioso, em que a cada sessão de manutenção são necessárias quantidades cada vez maiores de preenchedor”, alerta a médica.

Além de deixar a visão artística de lado para se basear nos estudos, é importante também que o profissional que realizará o procedimento esteja aberto para ouvir opiniões tanto do paciente quanto de outros profissionais. “É preciso deixar a vaidade de lado e estar aberto a críticas para que o nosso bom senso e visão artística não se sobressaiam. Por isso, eu sempre trabalho em equipe e pergunto a opinião das minhas assistentes, que também possuem um conhecimento aprofundado de anatomia facial, para garantir os melhores resultados para o meu paciente. E os pacientes amam essa abordagem, pois passa mais confiança”, reforça a Dra. Cláudia.

Levar em consideração a opinião do paciente também é importante, mas sempre alinhando suas expectativas às reais possibilidades e limitações do procedimento. “Muitas pessoas desejam ter lábios muito grandes ou um maxilar proeminente. É um direito desse paciente. Novamente, o gosto é muito pessoal. Mas cabe ao médico explicar o que realmente é possível e como serão os resultados, sempre com base em estudos”, afirma a médica. Se necessário, o profissional poderá indicar outros procedimentos além da aplicação de preenchedores para alcançar um efeito potencializado sem deixar a naturalidade de lado. “A personalização do plano de tratamento é fundamental, pois não adianta replicar o mesmo procedimento em pacientes com características distintas”, pontua.

O olhar do paciente para si – com base nos outros

Um levantamento da Comscore (comscore.com), empresa de avaliação mundial de plataformas digitais, mostra que as redes sociais são preferidas pelos brasileiros frente às outras categorias online, o que coloca o país na terceira posição entre as nações que mais consomem conteúdo desses aplicativos em todo o mundo (nosso país está à frente de Estados Unidos, México e Argentina). De acordo com a análise Tendências de Social Media 2023, 131,5 milhões de usuários conectados no Brasil têm passado cada vez mais tempo na internet, em especial nessas plataformas. A categoria foi a mais consumida em dezembro de 2022, somando 356 bilhões de minutos, o que equivale a 46 horas de conexão por usuário no mês, e representa um aumento de 31% em relação a janeiro de 2020.

“Imersos em uma sociedade cada vez mais conectada, sabemos que hoje é difícil delimitar a linha tênue entre a realidade e o mundo virtual, onde tudo e todos são perfeitos. A imagem de influencers e sua beleza muitas vezes inatingível também ajuda a enfatizar o problema, podendo causar efeitos emocionais e psicológicos graves. Assim, o dismorfismo corporal que já vemos presente nos consultórios só tende a aumentar com a popularização da inteligência artificial e dos filtros que criam peles de cera. Diante de uma tecnologia que sabemos dificilmente será freada, o ideal é educar e conscientizar as pessoas do que pode ser alcançado na vida real e o que não passa de um padrão inacessível, até mesmo para influencerse famosos, usuários assíduos das ferramentas de edição e simulação virtual”, pondera Luise Albuquerque (@dra.luisealbuquerque), dentista e especialista em Harmonização Orofacial.

E o que isso tem a ver com nossa conversa? A busca por procedimentos não invasivos e até cirúrgicos para se assemelhar às imagens criadas por inteligência artificial e filtros de redes sociais vem aumentando a cada dia. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica mostra que nos últimos dez anos houve um aumento de 141% nos procedimentos em jovens de 13 a 18 anos, público bastante familiarizado com as redes sociais, e que há algumas décadas, raramente realizava procedimentos estéticos e cirúrgicos.

“A ideia dos procedimentos faciais que realizamos em consultórios não é, de maneira alguma, criar a perfeição apresentada pelos filtros. A pele, por exemplo, precisa ter textura de pele. A Harmonização Orofacial surgiu para proporcionar melhoras em pequenas assimetrias, driblar efeitos da idade e deixar o rosto mais harmônico, tudo isso dentro de proporções já existentes no nosso rosto. O objetivo é ressaltar essa beleza, não padronizá-la. Assim, cada vez mais se torna papel do profissional, tanto da área da Saúde quanto da Beleza, orientar e conscientizar os pacientes do que é possível ser alcançado. Todo procedimento deve ser realizado considerando que cada pessoa possui uma beleza única e própria, e é essa que deve ser valorizada e levada em consideração na hora de se traçar um objetivo a ser atingido”, analisa.

Grandes empresas do setor, como Rennova (@rennovaoficial), referência em produtos para procedimentos estéticos injetáveis para face e corpo, acredita no poder da escolha para a preservação da individualidade, da diversidade, considerando as diferentes possibilidades de procedimentos estéticos. “Todos nós temos o poder da escolha e a marca Rennova reforça isso. Representando, por meio de seus produtos, liberdade, empoderamento e autoestima. A empresa também valoriza os treinamentos aos profissionais habilitados e qualificados, para que eles entendam a importância de respeitar a singularidade de cada paciente. Por sua vez, as embaixadoras da marca, Deborah Secco (@dedesecco) e Giovanna Antonelli (@giovannaantonelli), representam as mulheres que valorizam os procedimentos estéticos como uma forma de preservar a sua beleza individual e fortalecer a autoestima”, afirma Leonardo Rezende, CEO da Rennova.

Ajuda extra para acabar com falsos padrões

Consciente dessa realidade, um movimento ganha cada vez mais robustez, o da não padronização da beleza. A marca de beleza Dove (@dovebrasil), por exemplo, criou o Movimento Feed Sem Padrões com o objetivo de desintoxicar conteúdos que reforçam padrões irreais de beleza. Assim, firmou compromisso com influenciadoras em prol de um feed mais real. A empresa anunciou em julho passado, contrato inédito com a atriz Paolla Oliveira (@paollaoliveirareal tem 35,5 M de seguidores no Instagram) e um time de influenciadoras para que não usem filtros ou edições em suas publicações online. O objetivo é alertar sobre as problemáticas da pressão estética que reforça padrões irreais de beleza nas redes sociais, convidando público e formadores de opinião a minimizar referências que prejudicam a saúde física e mental principalmente de meninas e jovens mulheres do país.

Além de Paolla, a marca apostou em um time de influenciadoras composto por 10 nomes que reforçarão a mensagem em suas redes sociais, incluindo a apresentadora Astrid Fontenelle (@astridfontenelle conta com 1,2 M de seguidores no Instagram) e a influencer Dandara Pagu (@dandarapagu com 224 mil seguidores no Instagram), com o intuito de mostrar que a criação de conteúdo, a influência e o uso das redes sociais podem ser feitos com mais responsabilidade e transparência, tornando o ambiente digital mais real “A experiência de se ver sem filtro é o primeiro passo para a gente se amar como é. E com o orgulho de ser única. Isso é o que eu acredito. Tenho certeza de que essa campanha vai ser linda e com grande potencial de impactar o público e até outras marcas que também estão interessadas em falar sobre o tema”, disse Paolla Oliveira à época da contratação.

E na maturidade…

Um dos resultados recentes mais questionados foi o do ator Stênio Garcia, de 91 anos, que ao exibir feliz o seu novo visual se viu envolto em mar de questionamentos e críticas nas redes sociais. E mesmo que ele fizesse questão de afirmar que se sentia “15 anos mais jovem” e que um dos motivos decisivos para buscar o procedimento estético foi voltar ao mercado de trabalho, sua decisão – ou a consequência dela – foi altamente questionada. O ator fez aplicação de toxina botulínica e preenchimento facial em várias regiões (malar, mandíbula, mento, lábios, bigode chinês e marionete), conforme publicou o GShow, site da Globo.Assim como ele, muitos outros anônimos e famosos acima dos 60 anos, como Kadu Moliterno (70 anos), Raul Gazolla (67 anos), Dedé Santana (87 anos), Sergio Mallandro (67 anos) e Gretchen (64 anos) também se renderam aos injetáveis – e enfrentaram muitos questionamentos por parte dos fãs. “A pele de uma pessoa idosa costuma ser mais flácida. Com o envelhecimento, os músculos também perdem força e há perda de gordura. Por isso, é necessário um cuidado a mais. A idade, em si, não é um fator de risco para a Harmonização Facial. Porém, a pele mais madura e mais fina e delicada requer mais preparo e atenção”, conta Daniella Lamouche (@dani.lamouche) especialista em Harmonização Orofacial e sócia no Instituto Harmonizando Faces – IHF (@institutoharmonizandofaces).

Talita Bender (@talitabender), especialista em Ortodontia e Harmonização Orofacial do Instituto, destaca que o objetivo da Harmonização Facial é promover o rejuvenescimento da pele e o alinhamento da simetria da face, “porém, é sempre importante alinhar a expectativa do paciente com a realidade. O paciente idoso geralmente não quer grandes transformações, por isso essa conversa prévia é ainda mais importante. Afinal, a harmonia não significa mudança, mas sim um rejuvenescimento realizado gradativamente sem alterar as características anatômicas do paciente. Temos vários pacientes idosos que saem muito felizes com os resultados. Para eles, o mais importante além dos resultados sutis é a leveza e atenção com que conduzimos todo o processo”.

E com relação à quantidade de produto necessário, isso depende muito da área onde será aplicado e a necessidade individual. “O profissional precisa ser mais cauteloso com pacientes idosos, pois, geralmente, eles são mais sensíveis na resposta inflamatória e tudo deve ser feito sem pressa, gradativamente”, orienta Daniella. No Instituto Transformando Faces é feita anamnese criteriosa, na qual o paciente também informa se já possui algum problema de saúde, se faz uso de medicamento e se já realizou algum procedimento anterior. Caso a resposta à última pergunta seja positiva, ele deverá informar qual o tipo para que o especialista solicite exames complementares a fim de garantir ainda mais segurança na realização dos procedimentos estéticos.

A Naturalização Facial entra em cena

Do ‘nada de filtros de fotos’ que transformem a pele em algo inatingível até o ‘não aos procedimentos’ que alteram a fisionomia e o máximo de sucesso que geram são memes e mais memes nas redes sociais, entra em questão a Naturalização Facial. O Dr. Dieick de Sá (@drdieickdesa), biomédico especialista em Estética Avançada e aprimoramento estético com mais de 10 anos de carreira, explica que “trata-se de um procedimento estético para quem deseja manter sua naturalidade. Não de maneira a não contar com mudanças visíveis, mas sim que as mesmas sejam leves e equilibradas. Para isso, aposto em quantidades menores de produtos e em locais estratégicos. Pensados de maneira personalizada para a estrutura facial de cada homem e de cada mulher que passa pelo meu consultório. O intuito é manter o que já é bonito nos pacientes e ajustar os pontos que os incomodam. Dentro desse protocolo também são utilizados os preenchimentos com ácido hialurônico, a toxina botulínica, os bioestimuladores e até mesmo as novas tecnologias como os emptiers, que agem como esvaziadores de gordura, assim como lasers e ultrassons”.

De acordo com o especialista, a diferença entre Naturalização e Harmonização é que, atualmente a Harmonização Facial, um dos procedimentos mais cobiçados da Estética, “enxerga os aprimoramentos a serem feitos de maneira padronizada, independentemente do formato de rosto, tipo de pele e traços biológicos de cada pessoa. A consequência é uma desnaturalização enorme nos resultados devido ao uso em excesso do ácido hialurônico, principalmente. O que pode até mesmo frustrar alguns pacientes que procuravam apenas aprimoramentos. Quanto à Naturalização Facial, o conceito é exatamente o oposto. Fugir da padronização, personalizar as quantidades de produtos, os locais de aplicação, a evolução das mudanças e os efeitos obtidos. De fato, individualizar as soluções e a beleza. Assim, temos um resultado mais natural”, resume.

“Naturalização Facial é trabalhar respeitando as características fisiológicas, as características individuais daquele paciente. É conseguirmos entregar a ele um efeito natural no processo de harmonização, respeitando o processo natural de envelhecimento. Não é que vamos manter as ruguinhas no rosto, mas sim respeitar o processo fisiológico e dentro da fase etária daquele indivíduo algumas estruturas não passarão por uma mudança tão drástica ao ponto de transformá-lo, mas entregando uma pele de qualidade, hidratada, macia, luminosa. O conceito da Naturalização também diz respeito ao que a Estética defende há muito tempo, mas que devido ao surgimento de novas técnicas, o profissional deixou um pouco de lado. Ele deixou de utilizar aquilo que a Estética básica – que de básica não tem nada -, a gestão de pele, o controle da lâmina superficial, da lâmina epidérmica, o sinergismo de ativos tecnológicos de alta qualidade, a utilização de nutracêuticos, a indicação de home care, e é tudo isso que faz com que tenhamos um resultado de melhor qualidade em vez de apenas a utilização de uma técnica única”, pondera o Dr. Wbyster Lopes

Pit stop para esvaziar

            Muitas vezes, usamos o termo desarmonização facial para julgar um trabalho ou um perfil de Harmonização que não condiz com os traços naturais, étnicos e fisiológicos daquele indivíduo. “Os excessos de materiais aplicados em lábios, que é uma área de movimento, em região pré-maxilar, de ângulo de mandíbula, faz com que haja um alargamento muito grande, um aumento daquele tecido e gere esse estranhamento, não só por parte  do próprio cliente que até se assusta ao se olhar no espelho, mas também dos profissionais que têm a ponderação como lema, atuando por meio de estratégias do visagismo, da cefalometria, da análise das medidas faciais para entender qual é a quantidade exata, o quanto de lâmina labial poderia projetar, qual é a relação entre a dimensão vertical do meu paciente, ou seja, a distância entre a base do nariz e o queixo, toda essa desproporção acaba culminando nessa desarmonização. Então, sim, o excesso de materiais, a técnica aplicada de forma incorreta, o plano aplicado errado, a indicação incorreta do procedimento culmina nesse resultado. Precisamos sempre ligar o nosso filtro e entender até que ponto podemos ir”, avalia.

Assim, apesar da popularidade persistente dos injetáveis, a corrida pelo esvaziamento das substâncias injetadas no rosto também está acontecendo de forma progressiva. No Brasil, anônimos, modelos, cantores e influencers já optaram pela reversão de preenchimentos e contaram isso em suas redes sociais. “A hialuronidase é uma enzima injetável, uma cópia de uma proteína encontrada no corpo, usada para dissolver preenchimentos feitos com ácido hialurônico. Além de moderar um efeito indesejado (como bochechas muito generosas) ou corrigir um erro (preenchimento migrado, irregular ou “ruim”), a enzima também é essencial para gerenciar uma rara emergência que o preenchimento pode ocasionar: uma oclusão vascular. Usamos a hialuronidase para dissolver rostos supercheios, pastosos e distorcidos. O excesso de preenchimento não apenas cria uma estética estranha, mas também pode levar à obstrução do canal linfático e ao acúmulo de fluido, à função muscular limitada (que pode causar expressões tensas) e estiramento permanente dos tecidos moles ao longo do tempo. Mas também dissolvemos para corrigir pequenas imperfeições, como canais lacrimais deixados inchados por um gel mal colocado. Apesar da eficiência da substância, as pessoas precisam realizar os procedimentos com responsabilidade, pois não podem achar que é só fazer e desfazer”, alerta a médica Cláudia Merlo.

Está na hora de aplicar mais! Será?

Um outro ponto que pode explicar alguns excessos está no fato de que muitos pacientes reagendam prematuramente uma nova aplicação com base na crença de que o preenchedor desaparece em meses e, portanto, deve ser reaplicado em um curto período de tempo. “O ácido hialurônico realmente é reabsorvido pelo organismo, pois é uma substância que nosso organismo já produz. Mas, quando falamos da necessidade de manutenção do procedimento após meses, um ou dois anos, estamos nos referindo à duração do resultado estético e não à presença da substância no organismo. O ácido hialurônico realmente pode demorar bem mais do que dois anos para ser completamente absorvido pelo corpo”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff (@drapaoladermatologista), membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“Cada vez mais estudos têm sido realizados para determinar a permanência dos preenchedores de ácido hialurônico na pele. Mas é difícil dar uma resposta definitiva, pois nem todo preenchedor de ácido hialurônico é igual”, diz a médica. “Para ser usado como preenchedor, o ácido hialurônico passa por um processo de reticulação, também conhecido como cross-link, que forma ligações entre as moléculas de ácido hialurônico para torná-lo mais resistente à degradação e, ao mesmo tempo, mais firme e denso. Com isso, o produto é capaz de conferir volume e tem sua absorção dificultada pelo organismo. Ácidos hialurônicos de diferentes fabricantes têm graus de reticulação distintos e, consequentemente, são absorvidos pelo organismo em velocidades diferentes”, explica a Dra. Paola.

Profissional bem-preparado é a resposta para resultados efetivos

Na América, o uso do ácido hialurônico acontece há quase 20 anos — e não para de crescer. Segundo relatório da Global Market Insights (GMI), o mercado mundial de preenchimento dérmico atingiu a marca de US$ 5,5 bilhões em 2022, com expectativa de crescimento de 10,5% ao ano, até atingir US$ 14,4 bilhões em 2032, segundo as projeções da GMI. “O uso deste preenchedor é uma ferramenta valiosa quando bem indicado. Conseguimos restaurar estruturas profundas, como a parte óssea, repor compartimentos de gordura perdidos, melhorar a proporção das estruturas da face e até melhorar a qualidade da pele. O problema está no diagnóstico e indicação de quando, como e se há necessidade real de preencher”, explica a Dra. Beatriz Lassance (@drabeatrizlassance), cirurgiã plástica, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery, e membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.

Profissionais habilitadas e devidamente qualificados para entrega dos melhores resultados, com base em todas as análises possíveis, é sem dúvida o ponto fundamental para uma Estética cada vez mais valorizada graças à entrega de bons resultados, e tudo acontecendo de acordo com todas as regras de Biossegurança e legislação que rege o setor. “No Instituto Transformando Faces nós temos como princípio oferecer sempre o que há de mais moderno entre as técnicas de Harmonização Facial, associando esse método a um protocolo de avaliação empático com o paciente, que escute e respeite suas necessidades e limites. Desse modo, chegamos a um resultado que atenda suas expectativas, mas que também faça sentido levando em consideração a sua individualidade e estética natural. No nosso Instituto, nós capacitamos nossos alunos para que eles se tornem profissionais capazes de respeitar a beleza natural e a individualidade de cada paciente, e utilizem nossa técnica de Harmonização Facial como ferramenta para realçá-la, com metodologia baseada na proporção áurea da face. Foram cinco anos de estudo integral de diferentes técnicas para chegar ao que temos hoje. Para além da técnica, nosso diferencial está na composição da equipe multidisciplinar, que mantém uma interação constante, a fim de entregar os melhores resultados”, argumenta o Dr. Adalberto Vale (@adalbertovale.prof), fundador e diretor técnico da Clínica Transformando Faces e professor do Instituto Transformando Faces, que desde a fundação, em 2018, já capacitou mais de 12 mil alunos em treinamentos.

Entre os cursos oferecidos pelo Instituto, há um especificamente voltado para o tratamento de intercorrências, como por exemplo efeitos adversos e reações comuns do corpo. “O profissional que realiza a Harmonização Facial deve estar capacitado para tratar esse tipo de evento, além de garantir a biossegurança do paciente durante todo o processo. Reforçando que o procedimento de Harmonização Facial com ácido hialurônico, toxina botulínica ou fios tem a capacidade de ser reversível, caso o paciente não esteja satisfeito”, adiciona.

Empresas do setor também investem na Educação. A Rennova, por exemplo, tem como princípio valorizar e investir na disseminação de conhecimento entre profissionais habilitados e qualificados para realização de procedimentos estéticos faciais e corporais. Além de promover sessões de palestras, em auditórios exclusivos, na maioria dos eventos que participa, mantém uma intensa programação nacional de workshops, road shows e atividades formativas e de treinamento em clínicas especializadas distribuídas em todo o Brasil. “Para que tudo isso aconteça, Rennova trabalha com

um programa de investimento direcionado exclusivamente à disseminação de conhecimento, a iniciativa faz parte do orçamento de R$ 100 milhões neste ano de 2023. O nosso objetivo, ao transmitir conhecimento, é que os profissionais se sintam cada vez mais seguros e capacitados, favorecendo a plena satisfação dos pacientes com os resultados alcançado”, esclarece Leonardo Rezende, CEO da empresa.

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“Muitas vezes, ser um bom médico é dizer mais ‘não’ do que ‘sim’. Os limites devem ser estabelecidos com cautela, afinal, estamos lidando com saúde.”

Dra. Adriana Vilarinho

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Barbiemania – até que ponto evoluímos?

Ela continua a exibir silhueta esbelta, cabelos loiros deslumbrantes, figurinos cuidadosamente elaborados e acessórios graciosos. Pensando bem, o tempo não passou para a boneca que já tem 64 anos! Nascida em 1959, a famosa boneca foi criada por Ruth Handler e se tornou um ícone para crianças e adultos. E em um mundo cheio de cobranças por uma imagem perfeita, no filme que teve sucesso estrondoso, a personagem principal mantém o padrão de beleza original, mas a Barbie de 2023, interpretada no longa-metragem pela atriz Margot Robbie, deixa seu mundo cor-de-rosa para viver em um ambiente mais real, no qual os padrões de beleza deixaram de ser protagonistas e outros pontos ganharam o topo da discussão. O carregado cor-de-rosa, que invadiu a nossa vida (de cosméticos, a roupas, alimentos etc., tudo virou rosinha), serviu como pano de fundo para questionamentos não tão adocicados, como o ainda papel patriarcal e machista dos homens. Porém, para alguns especialistas em comportamento humano, o filme ainda deixou a desejar no quesito “busca da identidade de cada um”.

Para o psiquiatra Arthur Guerra (@arthurguerra), especialista do Hospital Sírio-Libanês (@siriolibanes), por exemplo, o filme explorou o que estamos vendo acontecer nas redes sociais hoje no Brasil e no mundo. Todo o trabalho de busca pelo autoconhecimento, ligado ao núcleo da identidade – quem eu sou, onde estou e para onde quero ir –, abordado pelo filme está passando à margem de outras questões discutidas na história. “Ao compartilhar nossas vidas em rede, moldamos uma verdade que não é necessariamente a realidade. Nas redes sociais, como na vida idílica da boneca, podemos ser quem queremos ser”, afirma.

O médico explica que a personalidade de uma pessoa é formada por duas importantes esferas: o seu temperamento – com que a pessoa já nasce; e seu caráter – formado pela sua educação. Para alcançar o sucesso nas redes sociais, muitas pessoas decidem qual será a moeda de troca para uma identidade plástica, artificial como a boneca, e isso é parte do movimento que estamos observando hoje na criação de personagens nas redes sociais, que são, muitas vezes assim como a Barbie, modelos estereotipados. “Saber quem se quer ser, nas redes sociais, significa se colocar numa posição de busca de validação por pessoas que não se sabe quem são. E a saúde mental é afetada quando uma pessoa só se sente validada se for reconhecida por outra pessoa”, analisa. O mesmo vale para a beleza: a insegurança vem da necessidade da pessoa se sentir validada e, nesse ponto, as redes sociais podem ser uma armadilha para algumas pessoas. O filme Barbie traz novamente à tona um padrão de beleza, apesar de não estar focado no tema. E isso, infelizmente, ainda continua a causar uma comparação de corpo, de tom de pele, de aparência para muitas pessoas que não se encaixam nos padrões perfeitos – e inatingíveis. “É importante que cada vez mais as pessoas entendam que podem – ou devem – valorizar a sua beleza, e que o padrão correto é aquele que as deixem felizes consigo mesmas. Nessa busca, um dos caminhos tem sido os procedimentos estéticos, que contribuem exatamente para esse propósito. Por meio deles, desde que adotados e praticados com responsabilidade, é possível realçar os traços ou mudar o que nos incomoda”, defende Ana Laura Fontana (@dra.analaurafontana), especialista em Odontologia Estética. Deborah Secco, atriz e embaixadora da marca Rennova, concorda: “Os procedimentos estéticos ajudam as pessoas a mudarem algumas características para se identificarem com sua aparência, melhorar aquilo que incomoda, além de realçar a nossa beleza e, claro, a autoestima. Afinal, cada pessoa possui traços únicos que nos diferencia uma das outras e que devem ser valorizados”.

Somos uma empresa com coração e alma humanos. E a humanidade nos traz inquietude para buscarmos sempre o novo, discernimento para abraçarmos as causas certas, coragem para seguirmos adiante mesmo em face de tempos difíceis, orgulho para mostrarmos a grandiosidade do segmento brasileiro.

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