Ninguém escapa da olheira: todo mundo vai ter em algum momento da vida, e nem todas são iguais. Daí a importância de investir numa boa anamnese, para indicar o protocolo de tratamento que vai combater especificamente as causas do problema e orientar o home care, para potencializar o resultado do trabalho feito na sua estação de atendimento e trazer alívio rápido para estes tempos de olhos em evidência, devido ao uso da máscara de proteção contra o coronavírus.
Shâmia Salem (@shamiasalem)
A principal alteração que envelhece a aparência facial e surge antes mesmo das rugas na região dos olhos é a olheira. E, a culpa não é apenas de a pele das pálpebras ser de três a cinco vezes mais fina do que a do restante do rosto, mas, também, da tendência genética e étnica de acumular pigmentos no local, de possuir uma grande quantidade de vasos ou de ter uma estrutura facial óssea mais pronunciada. Em comum, todas pioram com maus hábitos, como fumar, não respeitar as horas de sono e exagerar no consumo de álcool, açúcar e sal. “O inchaço que eles provocam fazem com que o pigmento depositado nas pálpebras fique mais aparente”, esclarece a esteticista Taciana Ferigolli, de São Paulo. Diante de um inimigo que vem de berço e é multifacetado, torna-se necessário investir em manutenção constante, além de combos de ataque específico. Confira as melhores opções a seguir.
OLHEIRA ESTRUTURAL
“Provocada pela estrutura óssea da região dos olhos, esse tipo de olheira piora com o emagrecimento e com o envelhecimento, já que nas duas situações há uma redução acentuada da gordura facial e, consequentemente, uma diminuição da sustentação da pele da pálpebra. Diante disso, a pele afunda, os ossos ficam ainda mais saltados e criam uma sombra na região, fazendo parecer que a olheira é muito mais intensa do que é na realidade”, explica a esteticista Taciana Ferigolli.
- Solução: “Como o problema está na falta de estrutura debaixo da pele, a única coisa que resolve a situação é repor essa sustentação com um preenchimento de ácido hialurônico, que tem efeito imediato e duradouro, se estendendo por pelo menos um ano. E, para deixar a pele ainda mais bonita, jovem e viçosa, é preciso caprichar na hidratação da área, que pode ser feita com cosméticos à base de ácido hialurônico”, diz a dermatologista e cirurgiã dermatológica Paola Pomerantzeff, de São Paulo.
OLHEIRA VASCULAR
“A explicação para seu surgimento está na grande quantidade de vasos sanguíneos debaixo da pele, que ficam ainda mais evidentes quando a pessoa tem a pele extremamente clara ou é hiperpigmentada, como acontece, por exemplo, com descendentes de árabes. A situação se agrava quando esses vasos dilatam, o que pode ocorrer devido à insônia, ao calor excessivo, ao fumo, uso crônico de corticóides ou ao fazer muita força muscular, como ao tossir, vomitar ou pegar peso”, esclarece a doutora Paola Pomerantzeff, de São Paulo.
- Solução: “Não há outra saída para a olheira vascular se não “queimar” o vaso de dentro para fora, diminuindo seu calibre e aspecto ou eliminando-o totalmente. E, isso pode ser feito com sessões de luz intensa pulsada ou de laser, como o Dye Laser ou o Nd:Yag”, diz a médica, que ressalta que o laser pode demorar cerca de 30 dias para surtir efeito e, no caso da luz intensa pulsada, 90% dos pacientes geralmente precisam de pelo menos três sessões para melhorar 100%. “Os cosméticos são excelentes coadjuvantes. Fórmulas com ativos calmantes e clareadores, como alfa bisabolol, camomila, vitamina K e ácido tioglicólico, são excelentes alternativas. Melhor ainda se o produto vier com aplicador ou massageador geladinho, que provoca uma vasoconstrição local”, completa ela.
OLHEIRA PIGMENTAR
Segundo a dermatologista Paola Pomerantzeff, por trás do problema está o excesso de melanina, que é o pigmento que dá cor à pele. Daí as morenas e negras serem alvo em potencial. Porém, essa olheira não vê tom de pele e se agrava quando a pessoa sofre de insônia ou não respeita as horas necessárias de sono, exagera na exposição ao sol, fuma ou tem alergia respiratória – rinite e sinusite prejudicam a microcirculação ao redor dos olhos, o que impacta na oxigenação local e no maior acúmulo de pigmentos.
- Solução: “Na minha opinião, a olheira pigmentar é a mais fácil de tratar. E isso pode ser feito com cerca de três sessões de luz pulsada, peeling químico clareador e uso doméstico de creme clareador, de preferência elaborado com hidroquinona, retinol, ácido glicólico ou cisteamina”, enumera a especialista, que alerta: “A pele ao redor dos olhos é muito fina, sensível e delicada, por isso, irrita facilmente. Daí a importância de usar esses princípios ativos em concentração bem mais baixas do que as utilizadas no rosto e colo, por exemplo”.
FRASE
“A olheira mais comum no consultório é a que chamamos de mista, por combinar os tipos vascular e pigmentar. A solução, claro, é atacar em duas frentes: na eliminação dos vasos e no clareamento, combinando sessões de laser ou luz intensa pulsada com peelings e cosméticos específicos.”Paola Pomerantzeff, dermatologista e cirurgiã dermatológica de São Paulo