Beleza Plural: o crescimento da diversidade na indústria de cosméticos

A indústria de cosméticos está passando por uma transformação significativa nos
últimos anos, impulsionada pela demanda crescente por diversidade e inclusão.

A Base de Dados de Novos Produtos Globais da Mintel (GNPD), de 2024, evidencia o
aumento do interesse por produtos cosméticos específicos para peles e cabelos de
pessoas pretas e pardas e o crescimento do consumo de produtos que atendam às
necessidades diversas e plurais. O estudo revela que 72% dos consumidores de pele
preta se sentem mais confortáveis abraçando seus cabelos naturais do que há um ano e
77% dos entrevistados que possuem cabelos crespos concordam que se sentem
responsáveis por representar sua cultura/herança por meio de sua aparência.

A diversidade na indústria de cosméticos não é apenas uma questão de
representatividade, mas também de atender às necessidades específicas. A pele rica em
melanina possui características únicas, como uma predisposição à oleosidade e à
hiperpigmentação. Da mesma forma, os cabelos texturizados têm uma estrutura distinta
que requer cuidados especiais para garantir sua beleza e saúde.

Durante muito tempo, essas necessidades foram negligenciadas pela indústria de beleza,
resultando em uma falta de produtos adequados. Essa realidade está mudando ano a ano:
houve um aumento de 58% nos lançamentos de 2022 a 2023 de produtos para cabelos
‘étnicos’ abordando necessidades de cuidados com o couro cabeludo, de acordo com o
GNPD, 2024.

Este crescimento é alimentado tanto pelo surgimento de novas marcas focadas no
consumidor de pele preta, quanto pela expansão das linhas de produtos das empresas já
estabelecidas. As empresas de cosméticos estão cada vez mais conscientes da
importância de atender às necessidades específicas, investindo em pesquisa e
desenvolvimento para criar novos produtos com esse foco. Isso sem entrar na questão
da importância da representatividade nas campanhas publicitárias e embalagens de

cosméticos que, ao apresentar modelos de diferentes etnias e cores de pele, enviam uma
mensagem poderosa de inclusão e diversidade.

Essa é uma fatia de consumo que movimentou 1,7 trilhões de reais em 2023, segundo o
relatório Rotinas e Hábitos de Beleza do Consumidor Negro deste ano, realizado no
Brasil. Ele revela inclusive que ainda há uma lacuna a ser preenchida, uma vez que 27%
dos consumidores pretos afirmam ser difícil encontrar produtos/marcas desenvolvidos
exclusivamente para peles mais escuras. Sendo que, segundo censo do IBGE, em 2022,
cerca de 56% da população brasileira é negra, entre pardos (45,3%) e pretos (10,6%).

A diversidade na indústria de cosméticos é mais do que uma tendência, é uma exigência
do mercado de beleza por inclusão, plenitude e representatividade e está em constante
ascensão. As empresas que se dedicarem a oferecer produtos de qualidade, com respeito
à diversidade e pluralidade estarão melhor posicionadas para atender a esse público
ávido por produtos que celebrem sua beleza. O futuro da beleza é diverso, inclusivo e,
acima de tudo, representativo.

Isadora Gabriela Alves Teixeira linkedin.com/in/isadoraalvesteixeira/ é engenheira
química com MBA em Marketing, e analista de Marketing de Cuidados Pessoais da
BASF @basf_br – empresa fornecedora de ingredientes para a indústria de Cuidados
Pessoais.

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