A face de Burnout: como o estresse se manifesta no rosto e como a Harmonização Orofacial pode auxiliar no resgate do bem-estar

Aparência mostrando cansaço extremo, olheiras profundas e tensão muscular são expressões visíveis da exaustão emocional.Em 2025, a Síndrome de Burnout segue como uma das principais ameaças à saúde mental no Brasil: estima-se que cerca de 30% da população economicamente ativa sofra com os sintomas, colocando o país na segunda posição do ranking mundial de casos, segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT). Com a adoção da nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a reconhecer oficialmente Burnout como um distúrbio relacionado ao trabalho, o que reforça sua urgência como tema de saúde pública.

Os seus efeitos, no entanto, nem sempre são percebidos de imediato, mas o corpo fala e o rosto costuma ser o primeiro a refletir os sinais do esgotamento emocional. Olheiras persistentes, sulcos profundos, expressão tensa mesmo em repouso. Esses sinais, cada vez mais comuns nos consultórios de estética, muitas vezes não são apenas uma questão visual, mas reflexos profundos de esgotamento físico e emocional causado por Burnout.

Acredito que o estresse crônico é um atalho para o envelhecimento. O esgotamento emocional eleva os níveis de cortisol, compromete o sono e gera inflamações silenciosas, que afetam diretamente a pele e a musculatura facial. O resultado? Um rosto visivelmente cansado — mesmo quando o corpo tenta descansar.

Quando o estresse molda a expressão facial

Os músculos do rosto entram em estado de hiperatividade e não relaxam. Essa tensão molda rugas estáticas e uma aparência de constante alerta. É como se o corpo pedisse socorro e o rosto fosse o primeiro a manifestar. Entre os principais sinais físicos identificados podem ser citados:


> Olheiras profundas e expressão abatida;
> Sulcos marcados (glabela, nasogeniano) e comissuras labiais caídas;
> Rosto mais “quadrado” devido à hipertrofia muscular (masseter e temporal);
> Pele sensível, reativa e com tendência à acne ou dermatite;
> Inchaço facial provocado por má hidratação e sono desregulado.

Outros sinais de atenção

> Acordar com dor facial ou na mandíbula – pode ser bruxismo por estresse.

> Exibir olhar cansado, mesmo após uma boa noite de sono – a musculatura facial pode estar em alerta.

> Sentir a pele sensível, com acne repentina ou descamação – pode indicar inflamação emocional.

> Estar com a testa sempre franzida ou as sobrancelhas erguidas – indício de tensão muscular contínua.

A harmonização como ponto de virada

Embora não trate Burnout diretamente, a Harmonização Orofacial pode ser uma ferramenta restauradora, tanto física quanto emocionalmente. Isso porque quando conseguimos devolver ao rosto uma expressão de descanso, abrimos espaço para que a paciente volte a se cuidar. Ela passa a dormir melhor, se alimentar com mais atenção e até recuperar sua autoconfiança diante do espelho.

A minha abordagem sempre prioriza a naturalidade e o bem-estar e em momentos de recuperação emocional, menos é mais. Entre os procedimentos mais utilizados estão:

> Toxina botulínica para relaxar músculos hiperativos (glabela, frontal, masseter)
> Bioestimuladores de colágeno, que devolvem firmeza e sustentação de forma natural
> Protocolos de skin quality, com skinboosters, microinfusões e fortalecimento da barreira cutânea
> Preenchimentos pontuais, que reposicionam estruturas sem alterar traços naturais
> Educação orofacial e orientação de rotina de cuidados com a pele

Histórias de reconexão

A maioria das pacientes que busca esse tipo de cuidado está na faixa dos 35 aos 55 anos. Muitas enfrentaram longos períodos de sobrecarga profissional ou emocional, e chegam ao consultório com queixas físicas, funcionais e emocionais combinadas: dor muscular, autoestima fragilizada e desconforto com a própria imagem.

Um caso marcou minha trajetória nesse contexto: uma paciente com sintomas claros de esgotamento chegou com olheiras profundas e dor intensa no maxilar. Elaboramos um plano em etapas, com toxina botulínica, bioestímulo, ajustes na rotina de sono e cuidados com a pele. Após três meses, ela me disse: ‘Voltei a me reconhecer.’ E é exatamente isso que buscamos com nosso atendimento.

 Estética como ponte e não como atalho

Vivemos uma nova era da Estética: menos volume, mais consciência. A Estética não é mais apenas uma questão de vaidade. Quando bem indicada, ela pode reduzir sinais de sofrimento, melhorar a funcionalidade muscular e atuar como uma aliada importante no processo de recuperação emocional. Porém, reforço: Harmonização não é cura para Burnout. A recuperação de quem sofre com a síndrome exige mudanças profundas de rotina e, principalmente, apoio médico e psicológico. O papel da Estética é aliviar, reconectar e lembrar à paciente de quem ela é — e de quem ainda pode ser.

Quando o espelho devolve um olhar mais leve e a dor começa a ceder, é comum vermos uma transformação emocional importante. A paciente retoma o cuidado com o corpo, com a rotina, com a saúde emocional. Em tempos de esgotamento coletivo, cuidar da aparência não é futilidade — pode ser o primeiro passo para recuperar o ânimo, a identidade e o prazer em cuidar de si. Porque o rosto, no fim das contas, não mente: ele mostra o que carregamos — e também quando começamos a deixar esse peso para trás.

Dra. Erika Kugler @dra.erikakugler é cirurgiã-dentista especializada em Harmonização Orofacial, com foco em rejuvenescimento integrativo, naturalidade e bem-estar funcional. Seu trabalho é baseado em uma abordagem acolhedora e protocolos personalizados, que respeitam a história e o tempo biológico de cada paciente. É referência em tratamentos estéticos que aliam saúde, leveza e autocuidado consciente.

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *