Você já teve a sensação de trabalhar muito, atender várias clientes, mas quando olha para o final do mês… o dinheiro simplesmente desapareceu? Essa é a realidade de muitas profissionais da Beleza que eu conheço: fazem um trabalho impecável na cadeira, mas enfrentam insegurança quando o assunto é gestão financeira. E o motivo é simples: somente o emprego da técnica só paga as contas (e olhe lá!). Para ter estabilidade, liberdade, crescimento na carreira e dinheiro sobrando todo mês é preciso cuidar do que sustenta o negócio: as finanças.
O primeiro erro, e mais comum, é misturar as finanças pessoais e profissionais. O dinheiro entra em uma conta só, e você vai pagando tudo junto: produtos, equipamentos, mercado, aluguel, até a pizza do final de semana. Dessa forma, no fim do mês, não sabe se teve lucro ou prejuízo. O resultado? Ansiedade e a sensação de estar sempre correndo atrás do inalcançável. Outro erro muito comum é não ter nenhum tipo de controle financeiro. Algumas profissionais até registram o que receberam, mas não controlam os gastos, esquecendo-se de contabilizar produtos, aluguel do espaço, contas fixas e variáveis. Consequentemente, no fechamento mensal até parece que houve faturamento, mas não existe clareza sobre a existência (ou não) de lucro. Essa falta de controle faz com que a profissional viva apagando incêndios: quando aparece uma conta maior ou uma despesa inesperada, não há reserva e tudo se transforma em aperto.
Outro equívoco muito comum está no pró-labore. A maioria das profissionais da Beleza não sabe qual valor pode retirar do negócio e, pior ainda, tem o hábito de ir retirando “picadinho”, o que no fim vira um rombo no caixa. Em 80% dos casos, a profissional acaba retirando mais do que poderia. Sem perceber, ela mesma se torna a vilã do próprio negócio, consumindo o dinheiro que deveria ser reinvestido ou usado para manter as contas em dia.
Além disso, outro ponto que compromete o negócio é a precificação errada. Quantas vezes você já cobrou um valor por achá-lo justo ou por se basear na concorrência? O problema é que sem cálculo, você pode estar pagando para trabalhar sem nem perceber.
A boa notícia é que dá para virar esse jogo! O primeiro passo é separar as finanças pessoais das profissionais. Abrir uma conta bancária só para o negócio traz clareza: cada real que entra e sai fica visível e você consegue enxergar o verdadeiro resultado do seu trabalho.
O segundo passo é anotar tudo, absolutamente tudo. E quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Cada produto que você compra; cada gasto fixo, como aluguel, luz e internet. Não importa se é um valor pequeno, pois na soma ele faz diferença. Use planilhas, aplicativos ou até papel, mas registre tudo, pois controle é o que dará compreensão dos fatos.
Em seguida, é fundamental definir um pró-labore fixo. Esse valor não é decidido de forma aleatória: ele precisa ser calculado de acordo com o faturamento e com os gastos que a empresa já tem. Só quando você reconhece entradas e saídas financeiras, consegue identificar qual valor pode realmente retirar sem comprometer o negócio. Esse valor fixo facilita também a sua vida pessoal, porque dá previsibilidade: você sabe exatamente com quanto pode contar todo mês, se organiza melhor e, ao mesmo tempo, garante que a empresa continue saudável e com recurso para reinvestir, crescer e trazer estabilidade.
Por fim, precifique com método. O valor de cada procedimento deve considerar o tempo gasto no atendimento, os produtos utilizados, a divisão proporcional dos gastos fixos do espaço, a taxa da maquininha de cartão e um percentual real de lucro. Quando você reúne todas essas informações, descobre o valor correto do seu serviço, baseado na sua realidade e não em comparações. Esse cálculo traz visão e confiança: você sabe exatamente por que cobra o que cobra, se posiciona melhor no mercado e garante que o seu trabalho seja, de fato, lucrativo. Organizar as finanças não é sobre planilhas complicadas ou fórmulas que só economista entende. É sobre liberdade. É sobre não ter que se desesperar no fim do mês. É sobre poder investir em novos cursos, melhorar seu espaço, ter tranquilidade para atender suas clientes e, principalmente, colher os frutos do seu esforço. A verdadeira beleza de um negócio lucrativo não está só no que você entrega para as clientes, mas no que você conquista para a sua própria vida: tranquilidade, realização e a certeza de que cada atendimento a leva para mais perto dos seus sonhos. A sua arte já é linda. Agora, que tal fazer o mesmo com as suas finanças?