Segundo pesquisa (*) realizada em 2022, com mulheres brasileiras, pretas e pardas, entre 18 e 44 anos, os gastos com skin care estão entre os maiores investimentos dessas consumidoras, ultrapassando o investido com produtos para o cabelo (48%, contra 42%). O levantamento realizado com 106 mulheres apontou que 76% consideram o cuidado com a pele como muito relevante, porém enfrentam algumas frustrações durante a compra dos produtos. Dentre as mais comuns, 48% das mulheres apontaram a incerteza se o produto é o melhor para a sua pele; 83% frustram-se por não achar bases ou corretivos com o tom ideal; e 96% gostariam de ver mais produtos exclusivos para sua cor. Quando questionadas sobre maiores queixas em relação à pele, grande parte relatou a falta de uniformidade, manchas, acne e oleosidade.
Para entendermos mais a fundo essas necessidades, a pele de fototipo elevado tem características específicas que precisam ser levadas em consideração no desenvolvimento de produtos, como maior variedade na cor, hidratação adequada e fotoproteção, não só contra raios ultravioletas, mas também contra a luz visível.
Cerca de 90% das queixas que recebo em meu consultório são relacionadas às manchas na pele, a chamada hipermecropia pós-inflamatória. Isso ocorre porque este tipo de pele tem quantidade maior de melanina, cuja produção é ainda mais estimulada pela profunda penetração dos raios UVA. Desse modo, qualquer processo inflamatório pode levar ao aumento da pigmentação, resultando nas manchas. Para atenuar o problema, e achar mais facilmente um produto adequado ao tom da pele, muitas usam a maquiagem com fator de proteção solar, mas é fundamental destacar que esse tipo de produto não tem os ativos necessários de proteção, sendo fundamental a orientação sobre o uso de um bom protetor solar de fato.
Em relação à hidratação, no geral essa pele é mais seca e precisa ser hidratada corretamente. Os grandes problemas relatados pelas consumidoras, no entanto, são a consistência e a tonalidade dos produtos. A indústria já avançou bastante nesse sentido, mas ainda há um gap a ser preenchido, especialmente para as que têm fototipo muito alto.
Toda pele precisa de cuidados específicos e esse é um segmento que apresenta oportunidades relevantes, pois há uma demanda e uma expectativa enorme em torno de lançamentos. Para atender a esse perfil de pacientes, já há tecnologias disponíveis especificamente para este público, assim como formulações e protótipos lançados no mercado especificamente para a pele negra. Um dos ingredientes-chave disponíveis é a niacinamida (vitamina B3 ativa), que pode ser direcionada à maior parte das queixas, pois é capaz de homogeneizar o tom, melhorar a função barreira e a proteção da pele, inclusive contra danos resultantes dos poluentes urbanos e da incidência da luz azul. Também ajuda a reduzir a produção de sebo, a severidade e a aparência da acne.
Outro componente é vitamina C, que reduz significativamente a síntese de melanina e traz luminosidade, proporcionando uma diminuição nas manchas da idade e uniformização de até 69% no tom da pele. O terceiro destaque fica por conta da presença de Pentavitin® (ativo 100% natural e derivado de plantas), substância que promove a hidratação e a síntese de proteínas importantes para a resiliência da epiderme, prevenindo o ressecamento em apenas sete dias de uso contínuo, inclusive quando formulado em produtos enxaguáveis.
Fonte: (*) Pesquisa elaborada pela área de Perfumaria e Beleza da dsm-firmenich, empresa global baseada em Beleza, Saúde, Nutrição e Biociência.
Dra. Jaci Santana @jacisantanadermatologista é formada em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com Mestrado e Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), preceptora da Residência Médica de Dermatologia do Hospital Otávio de Freitas (PE) e coordenadora do Ambulatório de Pele Negra do Hospital Otávio de Freitas (PE). É membro da Skin of Color Society (SOCS) @skinofcolorsociety.