Muito tem se falado sobre microagulhamento e é indiscutível que o tratamento já caiu faz tempo nas graças do público louco por cuidar da pele. Os profissionais da estética, em grande parte, já dispõem da técnica em suas cabines e sabem que é um tratamento muito eficaz, tido como “padrão ouro” no ranking dos tratamentos faciais.
O que muitos ainda não sabem é que o microagulhamento vai muito além de perfurar e permear o cosmético adequado. Essa técnica, também chamada de Indução Percutânea de Colágeno (IPC), inicialmente causa uma perda da integridade da barreira cutânea, tendo como alvo a dissociação dos queratinócitos, que resulta na liberação de citocinas, como a interleucina -1α, além da interleucina-8, interleucina-6, TNF-α e GM-CSF, resultando em vasodilatação dérmica e migração de queratinócitos para restaurar o dano epidérmico.
Logo em seguida à lesão, inicia-se a parte mais importante do tratamento, a cicatrização, que pode ser dividida em três fases: 1- fase inflamatória (1 a 3 dias); 2- fase proliferativa (3 a 5 dias); 3- fase de remodelamento ( 28 dias a 2 anos), sendo que nesta última fase o colágeno tipo I passa para o tipo III , aumentando a força tensora do tecido em até 80%.
Essa cascata é a base e justificativa fisiológica dos resultados do microagulhamento. Sem processo inflamatório controlado, sem ação dos elementos de fabricação da matriz dérmica. Logo, sem resultados esperados por uma técnica tão renomada e que, diga-se de passagem, merece todos os méritos por tratar tantas queixas do paciente num procedimento único e minimamente invasivo.
Já parou para pensar que muitas vezes nós trabalhamos no automático e focamos na marca do equipamento, na linha cosmética utilizada e nos esquecemos da base fisiológica? Induzir o colágeno, como já diz o nome.
Mas como chegar na indução?
O profissional precisa entender que atingir o “padrão ouro” está nas suas mãos, vendo muito além das perfurações (se sangrou ou se não sangrou), analisando previamente a profundidade da pele, a necessidade de um preparo inicial, a prescrição cosmetológica adequada pré e pós e principalmente orientando quanto às reações (mais que esperadas) naquelas primeiras 48 horas.
Essas orientações precisam ser claras e objetivas, constando o que não deve ser usado ou ingerido. Se possível, peça que ele entre em contato com você em qualquer situação de desconforto a fim de evitar qualquer ação que coloque em jogo a perda total dessa cascata inflamatória necessária e mais que esperada. Se você já microagulhava, mas ainda não tinha visto por este ângulo, recomece e explore tudo que ele tem a oferecer para o seu cliente. Invista seu tempo em avaliar melhor e informar com mais clareza, seus resultados vão surpreender ainda mais, não tenha dúvidas.