As manchas estão entre as queixas mais comuns nos consultórios dermatológicos e clínicas. Segundo pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a estimativa é de que o melasma, dermatose comum em mulheres e caracterizada por manchas escuras e simétricas que surgem nas maçãs do rosto, na testa, no nariz e no lábio superior, acometa de 15% a 35% das brasileiras. As causas que determinam o surgimento dessas manchas são várias, como genética, exposição demasiada ao sol sem uso de protetor solar e, especialmente, alterações hormonais – por exemplo, as que ocorrem durante a gravidez – nestes casos, o hormônio estrógeno produzido em maior quantidade aumenta a atividade dos melanócitos, as células produtoras de melanina, modificando sua forma de atuação.
Há três tipos de melasma: epidérmico, que atinge a superfície da pele; démico, mais profundo; e misto, que engloba características dos dois tipos citados anteriormente.
O tratamento de manchas requer o uso de ativos despigmentantes, e também podem ser indicados procedimentos tecnológicos, como sessões de laser de baixa potência. Além disso, os ácidos também podem ajudar no processo, na medida em que oferecem efeito de renovação celular ou de clareamento propriamente dito.
Aqui, listo cinco opções eficientes, desde que utilizados conforme orientações de especialista na área.
- Ácido azelaico – com ação clareadora, é uma opção terapêutica que pode ser usada inclusive na gestação para prevenir, melhorar, controlar e clarear o melasma. Esse ácido age nas células produtoras de pigmento (melanócitos), interrompendo essa atividade e seu desenvolvimento. É um ativo cuja ação se dá no excesso de pigmentação e não no pigmento normal da pele, inibindo a enzima tirosinase, que atua e estimula o processo de produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele. A substância pode ser utilizada na face e no corpo.
- Ácido retinóico – sem ação clareadora direta, esse ácido é indicado para melhorar a renovação celular, o que ‘elimina’ as células manchadas da superfície. Por esse efeito de renovação, ele pode ser usado em associação a outras substâncias clareadoras com o benefício de trazer à superfície células sem manchas. É necessário ter cautela e orientação médica para o uso desse ácido, que é fotossensível, por isso no dia seguinte à aplicação o uso de fotoprotetor é primordial.
- Ácido glicólico – por ter alta capacidade esfoliante, esse ácido quebra e diminui a adesão entre as células da primeira camada da pele, abrindo portas de entrada para que haja penetração de tudo que está com ele. Por isso, ele pode ser um complemento para atuar contra as manchas, na medida em que diminui a espessura da pele e facilita o trabalho de substâncias clareadoras.
- Ácido kójico – com uso permitido durante o verão e em períodos gestacionais, esse ácido é derivado de várias espécies fúngicas e é considerado extremamente importante para o tratamento de manchas. Ele é um potente despigmentante natural e inibe a ação da tirosinase, promovendo a diminuição da formação de pigmento, e pode ser usado sinergicamente com vários outros ativos clareadores para potencialização dos resultados.
- Ácido ascórbico – a famosa vitamina C é um poderoso antioxidante. Esse ácido uniformiza o tom de pele e tem duas ações importantes no clareamento: inibe a atividade da enzima tirosinase, responsável pela síntese de melanina; e tem efeito protetor da radiação UV, pois a radiação solar gera espécies reativas de oxigênio, que desencadeiam a produção de pigmentos na pele. Prefira as fórmulas que visam manter a estabilidade da vitamina, já que o composto é quimicamente instável, perde rapidamente suas propriedades em contato com a luz, o oxigênio e o calor.