Hallmarks: entenda os novos marcadores do envelhecimento

Os hallmarks do envelhecimento são biomarcadores (marcadores genéticos) que indicam o processo de envelhecimento do organismo como um todo, incluindo o da pele. É importante destacar que, se antes eram citados nove marcadores do envelhecimento, os últimos congressos sobre o tema passaram a incorporar mais cinco, somando 14 ao todo.

O tema foi destaque durante o IMCAS World Congress 2024, um dos maiores congressos internacionais sobre envelhecimento do mundo, que aconteceu em Paris, entre 1 e 3 de fevereiro. Entender esses novos marcadores, assim como os antigos, é fundamental para a adoção de medidas específicas para controlá-los e, assim, prevenir o envelhecimento. Esses hallmarks nos indicam um caminho a ser seguido, são como guias do processo de envelhecimento no organismo e dos mecanismos que temos que combater para retardar o seu progresso.

Entre os cinco novos marcadores está, por exemplo, o famoso Inflammaging, que ocorre quando, devido a maus hábitos, há um desequilíbrio entre os mecanismos pró e anti-inflamatórios do organismo, aumentando o status inflamatório contínuo e progressivo, o que acelera o envelhecimento da pele e aumenta o risco de doenças crônicas.

Os novos hallmarks incluem ainda as alterações nas propriedades mecânicas que comprometem as características celulares, prejudicando mecanismos como a síntese de colágeno; os distúrbios na microbiota, gerando processos inflamatórios e queda da defesa imune; e o comprometimento da autofagia, que é a perda da capacidade de degradação de componentes intracelulares nocivos, o que acarreta alterações celulares importantes, inclusive prejudicando o crescimento do cabelo. Outro marcador importante está relacionado à Desregulação Splicing – processo pelo qual o organismo fabrica RNA a partir do DNA. Qualquer erro nesse processo pode afetar diretamente a produção de proteínas no organismo, desencadeando problemas que afetam diretamente o processo de envelhecimento, como perda de estrutura capilar e dérmica e um vasto repertório de doenças.

Esses novos marcadores se somam a outros nove já consagrados e bem-estabelecidos, como: células-tronco que diminuem o seu ritmo de trabalho até se esgotarem; alteração na comunicação intercelular; instabilidade genômica (tendência dos genes às mutações); disfunção nutricional (perda da capacidade de captar nutrientes); e disfunção mitocondrial (diminuição da produção de energia pelas células).

Outro mecanismo é a perda da capacidade da protease, que mantêm o equilíbrio das proteínas das células e, quando não funciona corretamente, gera uma desestruturação da pele e dos tecidos. Vale destacar também o encurtamento dos telômeros, que diminui a proteção do material genético, fazendo com que as células parem de se reproduzir e atinjam um estado de senescência (envelhecimento celular) além de sofrerem mutações genéticas que irão comprometer severamente todos os processos que envolvem o mecanismo celular.

Células senescentes, ou células-zumbis, também são um marcador do envelhecimento, pois são células sem atividade que causam inflamação e danificam as células vizinhas. Por fim, o último marcador envolve as alterações epigenéticas, que podem inibir ou aumentar a expressão de um gene, acarretando mudanças fisiológicas nas células e nos tecidos e aumento no processo inflamatório. Essas alterações são influenciadas, entre outros motivos, por fatores ambientais e comportamentais, como estresse, tabagismo e sedentarismo.

A manutenção de estilo de vida saudável é capaz de atuar sobre grande parte desses mecanismos, contribuindo para a longevidade e a prevenção do envelhecimento acelerado. Rotina regular de prática de atividade física; alimentação balanceada, rica em alimentos anti-inflamatórios e com baixo consumo de gorduras e açúcares; sono de qualidade, uso de protetor solar diariamente e controle dos níveis de estresse fazem parte do rol de boas práticas.

A suplementação com ingredientes específicos para atuar sobre um ou vários dos marcadores do envelhecimento também pode ser recomendada, com ativos como:

·      Exsynutriment: silício estabilizado em colágeno marinho, que promove aumento da produção de colágeno e da expressão de RNA, atuando sobre a desregulação Splicing, além de ativação de proteínas.

·      Glycoxil: peptídeo biomimético da carcinina, protege o DNA, tem alta propriedade antioxidante e atua nos marcadores da senescência celular. Também ajuda a combater o Inflammaging.

·      FC Oral®: poderoso anti-inflamatório e antioxidante.

·      Bio-Arct: combate a disfunção mitocondrial por proteger o DNA das mitocôndrias e favorecer a produção de maiores níveis de energia por essas organelas e controlar a produção de radicais livres.

Além da suplementação oral, é importante ainda investir em produtos tópicos com ativos que também contribuam nesses processos. Dessa forma, os ativos atuarão de maneira sinérgica, dando aporte ao organismo de dentro para fora e de fora para dentro, principalmente protegendo contra as agressões externas, para combater o envelhecimento. Entre os ativos tópicos, vale destacar:

·      Scutaline: evita a propagação das células-zumbis, diminui a inflamação e tem a capacidade de ativar e controlar o processo de transcrição gênica (Splicing).

·      OTZ-10: tem a capacidade de neutralizar os danos causados pela radiação solar e pelo raio infravermelho e combater a instabilidade genômica.

·      Astrasinol: possui alto poder anti-inflamatório, além de atuar na ativação da telomerase, enzima que protege os telômeros, preservando-os em seu estado mais jovem e protegendo o DNA contra danos causados pelos expossomas.

·      Arct-Alg: protege o DNA mitocondrial e gera maiores níveis de energia.

·      Progenetrix: atua na estimulação das vias celulares e metabólicas pela ativação de suas células progenitoras e células-tronco, melhorando a produção de fatores de crescimento e induzindo a regeneração cutânea para prevenir a formação de rugas.

·      Alistin: atua em nível celular protegendo o DNA, interrompe a propagação da atividade dos radicais livres e protege a membrana celular contra peroxidação lipídica e pode evitar a degradação proteica.

Dada à natureza multifatorial do envelhecimento, é interessante que esses ingredientes sejam combinados em fórmulas tópicas e orais específicas para os mecanismos do envelhecimento mais proeminentes em cada paciente. Por fim, vale lembrar que o processo de envelhecimento ainda esconde muitos segredos e, no futuro, mais marcadores devem ser acrescidos a essa já extensa lista. Hoje, por exemplo, já falamos em um 15° marcador chamado unknown, ou desconhecido, que reflete justamente essa possibilidade de novas descobertas. Já existem também citações a outros dois novos marcadores, mas que ainda estão em estudos por conflitarem com outros já existentes.