30 dúvidas sobre queda capilar e calvície feminina

Mulheres sempre sofreram com alopecia, mas o problema se intensificou com a Covid-19 e ganhou ainda mais destaque depois da infeliz piada no Oscar sobre a condição que fez a atriz Jada Smith raspar a cabeça. Por essas e outras mais gente tem ficado atenta à queda e buscado por tratamentos e informações. Aqui, reunimos o que há de mais atual e relevante.

Shâmia Salem (@shamiasalem)

1. O que, afinal, é alopecia?

O médico e tricologista Ademir Leite Júnior, de São Paulo, explica que alopecia é um grupo muito vasto de doenças. “Todas as condições que fazem com que a gente tenha redução da quantidade ou da qualidade dos cabelos é uma alopecia. Porém, o termo “alopecia feminina” acaba sendo usado como sinônimo para calvície na mulher”, diz ele, que diretor da International Association of Trichologists (IAT).

2. Quais os tipos de alopecia mais comuns em mulheres?

“Existe um conjunto muito amplo de alopecias que atinge as mulheres. Entre elas, a alopecia frontal fibrosante, a líquen plano pilar e a alopecia cicatricial. Mas, talvez a mais comum seja a eflúvio telógeno, por ser uma condição associada a uma série de eventos que podem acontecem em várias fases da vida. Entre elas, durante uma dieta rigorosa, depois de uma cirurgia, como a bariátrica ou o pós-parto, e após uma infecção, como a causada pela Covid-19, e até por infecções de repetição, caso das urinárias, que são bastante frequentes entre as mulheres. Junte à essa lista algumas doenças crônicas, como a artrite, além de lúpus, estresse, depressão e ansiedade e fica fácil entender por que tanta gente sofre com o eflúvio telógeno”, diz o médico e tricologista Ademir Leite Júnior.

3. Quais as novidades sobre alopecia?

“O que mudou foi em termos de conhecimento. É que lá atrás a gente acreditava que a alopecia era provocada pela genética e havia uma certa participação hormonal. Mas a verdade é que os hormônios nem precisam estar aumentados para que a mulher desenvolva queda capilar ou calvície, que podem surgir inclusive quando não há histórico familiar dos problemas”, diz o doutor Ademir Leite Júnior. Segundo ele, hoje sabemos que a calvície feminina tem um componente inflamatório e de alta presença de radicais livres, que também potencializam a inflamação. Além disso, já está esclarecido que tudo o que diz respeito à nossa vida pode fortalecer a ação dos hormônios, dos radicais livres e da inflamação, como é o caso do estilo de vida, alimentação inadequada, sono insuficiente, vida muito agitada, estresse… “Resumindo, agora sabemos que basta uma mulher estar viva para ficar suscetível à alopecia, e se ela tem um estilo de vida ruim, é sedentária, obesa, tem genética para queda ou calvície e alterações hormonais fica ainda mais predisposta a desenvolver casos moderados a severos de alopecia”, completa o médico e tricologista.

4. Tem circulado na internet a notícia de que o minoxidil oral é superior ao tópico. Verdade ou mentira?

A dermatologista Tatiana Mattar, de São Paulo, diz que essa discussão começou porque atualmente se usa bastante a versão oral do medicamento. O que não significa que o tópico será descartado. “Isso tem a ver com praticidade, de não querer ficar com o cabelo cheio de produto. Mas, dependendo do caso, combinamos as duas apresentações para alcançar resultados ainda melhores, que podem ser associados inclusive com outra droga, a finasterida, além de suplementação de ferro e vitaminas e tratamentos clássicos, como MMP, loções e até boné de LED. O objetivo é atacar o problema em todas as frentes para evitar que a paciente precise de transplante capilar”, esclarece a médica.

5. Por que tem sido comum associar terapias para tratar a queda capilar? Não há uma técnica mais potente e que sozinha baste?

“Os novos estudos apontam que procedimentos combinados apresentam resultados bem mais favoráveis do que a monoterapia”, afirma a fisioterapeuta tricologista Adriana Teixeira, mestre pela Unifesp e palestrante do Estética In. “Mas essa associação não pode ser feita de maneira aleatória. Ela precisa ser muito bem estudada, pensando em cada paciente de maneira individualizada. Por isso é que a anamnese deve ser bem-feita e incluir testes de tração e usando o tricoscópio, que aumenta de 200 a 250 vezes o local, permitindo analisar detalhadamente o couro cabeludo e até as condições da haste capilar”, completa ela, que é professora na Leduco, em São Paulo.

6. A avaliação deve focar na patologia que possa estar por trás da queda capilar?

Segundo Adriana Teixeira, é claro que é preciso examinar para entender o que está fazendo o cabelo cair. Porém, o olhar não deve se voltar única e exclusivamente para a patologia. “A ciência vem mostrando que o estilo de vida da pessoa interfere muito e cada vez mais na alopecia. E aí estou falando de tudo mesmo: de alimentação, estresse, exposição à poluição, sono… O cabelo é um marcador biológico, logo, se você estiver bem, seus fios vão mostrar isso. O contrário também acontece. Quem radicaliza na alimentação, por exemplo, não oferece a matéria-prima para o organismo produzir cabelo. O mesmo acontece com o descanso, já que o ciclo circadiano é o mecanismo pelo qual o corpo se regula, e pode se desequilibrar quando a paciente não dorme bem. A gente precisa avaliar tudo isso na anamnese para fazer a orientação adequada que vai impactar diretamente no tratamento que oferecido”, ressalta a fisioterapeuta tricologista.

7. Dentro da tricologia estética, quais os recursos mais usados contra a alopecia?

A fisioterapeuta tricologista e professora de tricologia Adriana Teixeira faz a lista de seus maiores aliados:

√ intradermoterapia, que injeta no couro cabeludo ativos como vitaminas e fatores de crescimento;

√ microagulhamento com drug delivery de fatores endógenos de crescimento para liberar uma cascata de reação bioquímica que leva à proliferação no folículo piloso;

√ fotobiomodulação, em que a luz vermelha tem ação anti-inflamatória e estimula a circulação local, o aumento da proteína e a proliferação celular no couro cabeludo; a luz azul é bactericida e fungicida; e a âmbar favorece a ancoragem do fio ao estimular o colágeno e a derme;

√ altafrequência, que otimiza a circulação e tem efeito bactericida e fungicida;

√ vacuterapia, capaz de melhorar a vasodilatação;

√ formulação tópica à base de mesclas que favorecem o crescimento dos fios;

√ suplementos orais.

8. Como lidar com a ansiedade da paciente pelo rápido resultado?

“Todo tratamento para crescimento capilar vai começar a fazer efeito a partir de três meses, por causa do ciclo de vida do cabelo. Isso é fisiológico, não tem como apressar. Para segurar os ânimos até lá gosto de indicar produtos que dão uma espessada provisória nos fios. Já há linhas inteiras que fazem isso, contendo xampu, condicionador, máscara e leave-in. Eles funcionam como uma maquiagem, porque são eliminados conforme a pessoa lava a cabeça, mas, mesmo assim, valem a pena. A sensação de estar com mais cabelo ao passar a mão, o toque agradável e o aspecto de bem tratado ajudam na autoestima da paciente, o que colabora até para a maior adesão ao cuidado”, conta a fisioterapeuta tricologista Adriana Teixeira.

9. Pensando somente em investimento em material de trabalho, por que quem atua em estética facial e corporal consegue estender seu negócio com certa tranquilidade para a área capilar?

“Muitas ferramentas que o profissional de estética já utiliza para cuidar do rosto e do corpo podem ser usadas para tratar a queda de cabelo. O laser vermelho de baixa potência, que é o laser frio, por exemplo, estimula o crescimento capilar. Há ainda a microcorrentes, que aumenta a energia das células, ajuda a reparar os tecidos do couro cabeludo e pode favorecer o crescimento dos fios. Junte aí as técnicas de microagulhagem, usando rolinhos, canetas ou outros dispositivos que fazem micro orifícios no couro cabelo com agulhas, que também têm sido bastante utilizadas e a literatura sobre esses equipamentos tem crescido muito, assim como tem aumentado o número de publicações com o laser de baixa potência”, exemplifica o médico e tricologista Ademir Leite Júnior.

10. Dá para dizer para o profissional de estética que pensa em entrar na área capilar que este é um momento bastante adequado?

“Com certeza”, afirma o doutor Ademir Leite Júnior, que é diretor científico de uma escola, a CAECI Educação, que oferece formação em terapia capilar para os profissionais de estética que querem se aprofundar e se especializar. “Hoje há vários cursos universitários e até de formação técnica que já têm módulos de tricologia ou terapia capilar para o esteticista. E essa oferta é para atender uma demanda que vem por parte do profissional e, também, do cliente, que tem buscado esse tipo de serviço nos espaços de estética”, diz o médico e tricologista.

11. Médicos e profissionais da área de estética podem atuar em parceria contra a alopecia?

“Este já é um nicho de negócio crescente. O esteticista tem um conhecimento de cosmetologia e de pele muito interessante e ainda mais amplo quando se fala em equipamentos, o que torna esse profissional bastante requisitado nas clínicas de tricologia. Eventualmente alguns precisam de um certo aprofundamento em tricologia e terapia capilar, e falo isso porque o foco maior da estética não é o cabelo, apesar de alguns cursos de formação técnica e de graduação já terem disciplinas de tricologia e terapia capilar”, diz o médico e tricologista Ademir Leite Júnior.

12. É certo que o minoxidil pode estimular o crescimento de pelos em outras partes do corpo? Nesses casos, a depilação a laser é permitida?

“Sim, isso pode acontecer. A mulher que já tem uma penugem na área que vai da sobrancelha até a linha do cabelo pode ficar com fios mais grossos. A que tem pelos no buço também pode notar um aumento da quantidade de fios na região sobre os lábios. Mas, pela minha experiência, digo que a paciente prefere desenvolver a chamada hipertricose, vulgarmente conhecida como síndrome do lobisomem, e tratar com depilação a laser do que perder cabelo ou correr o risco de ficar careca”, afirma o dermatologista Daniel Cassiano, de Guarulhos (SP), doutor pela Unifesp e professor do curso de medicina da Universidade São Camilo.

13. Quais são boas orientações para o home care de tratamento contra queda capilar?

“Sempre recomendo que a paciente use o LED vermelho, que tem ação anti-inflamatória. Há excelentes estudos mostrando que essa tecnologia pode ser usada em dias alternados, mas se a pessoa quiser utilizar diariamente não tem problema”, diz o dermatologista Daniel Cassiano. “Geralmente recomendo suplementos nutricionais e cosméticos para o dia a dia, que ajudam a tratar a haste e dar uma encorpada nos fios”, completa o doutor Ademir Leite Júnior.

14. Quais cuidados com a alopecia têm sido destacadas nos últimos congressos?

A farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos, em São Paulo, participou recentemente de dois congressos-referência para quem atua na área de saúde, o de Mônaco, na França, e o de Boston, nos Estados Unidos. “Assisti cerca de 30 aulas sobre cabelo e em todas levantaram a questão inflamatória. E não só porque ela relacionada à queda capilar provocada pela Covid-19, mas porque estamos expostos a ela no dia a dia, através da poluição, da má alimentação, do estresse… Esse conjunto de ações sofridas ao longo da vida diminui a barreira de proteção cutânea, leva à perda de proteínas e lipídeos que constituem os fios, deixando-os cada vez mais finos, favorece a atrofia do bulbo piloso e interfere na fase de crescimento. Por tudo isso a recomendação era de que para ser eficaz o tratamento deve incluir estratégias que diminuam a inflamação, melhorem a epitelização da epiderme e diminuam o impacto da ação do cortisol. Para isso, entre as soluções apontadas estavam os nutracêuticos, entre eles o ômega 3 com silício orgânico. A gente já usa esse suplemento para combater psoríase e dermatite, por exemplo, mas agora ele chega com uma nova contextualização no cuidado capilar”, diz a expert. “Couro cabeludo é pele, e tem os mesmos sintomas que a pele do corpo e do rosto. Então, faz todo sentido usarmos substâncias anti-inflamatórias já conhecidas para potencializar a resposta dos tratamentos”, completa ela, que lembra que o ômega 3 com silício é cadastrado pela Anvisa como suplemento alimentar e, portanto, pode ser recomendado pelo profissional de estética.

15. Por que se fala tanto do laser de baixa frequência nos casos de queda capilar?

“Ele é considerado um tratamento padrão-ouro por ter ação anti-inflamatória. Prova disso é que é muito utilizado em pós-operatório e em casos de acne”, explica a esteticista especialista em tricologia Fabiana Padovez, de São Paulo. “Quanto utilizado no couro cabeludo, o laser de baixa frequência modula a imunidade, evitando que o sistema imunológico ataque a si mesmo, levando à queda capilar. Tudo isso com a vantagem de que o profissional não precisa aplicar o laser na cabeça toda, mas apenas no local onde está ocorrendo a queda”, destaca ela, que é diretora da Academia de Tricologia e Estética e professora na Universidade Anhembi Morumbi.

16. Óleos essenciais têm espaço no tratamento contra a queda?

“Muito!”, garante a esteticista especialista em tricologia Fabiana Padovez. “Há inúmeras formas de uso e diferentes combinações podem ser feitas. Entre as minhas preferidas está diluir 5 gotas de um óleo essencial com ação anti-inflamatória, como o de malaleuca, em 10 ml de óleo vegetal de semente de uva, e aplicar no couro cabeludo. Faço massagem e deixo agir por uns 20 minutos”, ensina.

17. A micropigmentação é uma boa estratégia nos casos de queda capilar?

“Demais! Mas há cuidados que precisam ser tomados”, alerta a micropigmentadora Raphaela Bahia, do Rio de Janeiro. “Na prática, se a pessoa tem cabelo com pelo menos 1 ou 2 cm de comprimento e possui mais de 50% de fios na região em que está sofrendo com a queda, a micropigmentação funciona super bem e fica com efeito muito natural”, garante a expert.

18. Quando a pessoa tem menos de 50% de cabelo na região da queda e, por vezes, chega a passar a máquina zero na cabeça, a micropigmentação pode ser utilizada?

 “Isso acontece com homens que estão ficando carecas e tentam disfarçar raspando cabeça, mas o truque nem sempre dá certo, porque a gente vê um sombreado no entorno e o topo fica com um vazio que salta aos olhos. Nessa coroa a gente pode fazer uma micropigmentação com efeito sombreado que fica ótimo”, afirma Raphaela Bahia.

19. Há casos em que é interessante associar a micropigmentação ao transplante capilar?

“Às vezes, mesmo sendo bem-feito, o transplante pode deixar alguns vazios na cabeça, que podem ser preenchidos com a micropigmentação. Fui para a Alemanha no ano passado aprender a técnica Hair Recovery que é específica para capilar e foi desenvolvido em parceria pelo meu guru Toni Belfato e a Amiea. Estou tendo resultados muito legais. E olha que eu conheço micropigmentação capilar há anos, mas nunca tive vontade de fazer porque não havia uma técnica que ficasse tão natural quanto essa nem produtos adequados para o couro cabeludo, que é muito diferente da face. Agora temos pigmentos, dermógrafo e até agulhas específicos”, comemora Raphaela Bahia. Segundo ela, a Hair Recovery trabalha com pontinhos para criar um efeito de densidade muito natural. “Sempre ouvi dizer que a alopecia gera problemas emocionais intensos. Mas, quando comecei a trabalhar com a micropigmentação capilar descobri que as pessoas sofrem mais com falhas no couro cabeludo do que nas sobrancelhas. Por isso esse trabalho é tão satisfatório”, completa a profissional.

20. Quais as características da queda capilar provocada pela Covid-19?

“A inflamação que o vírus gera no organismo, associada ao estresse físico e emocional causados pela doença, são responsáveis por derrubar os fios. E essa queda provocada pelo coronavírus normalmente se inicia entre dois e três meses após a infecção, e ela tende a cessar depois de um trimestre”, esclarece a dermatologista Morgana Volpato, de Passo Fundo (RS). Ela conta que os tratamentos têm como objetivo auxiliar no crescimento de novos fios, mais fortes e saudáveis. “Por isso é que o cuidado deve incluir suplementação personalizada, usando vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais, além do uso de tônicos capilares e procedimentos como intradermoterapia, laserterapia, ledterapia e injeção de ativos no couro cabeludo”, lista ela.

21. Quebra capilar próximo ao couro cabeludo tem alguma coisa com a ver com queda?

“Fio que quebra no meio da mecha ou a poucos centímetros do couro cabeludo são indícios de queratina enfraquecida. Portanto, não há relação com a queda capilar. A solução passa por dar um “descanso” ao cabelo, evitando descolorir, tingir, fazer chapinha, escova e penteados que apertem e tracionem o fio, e utilizar cosméticos que melhorem a textura da haste, caso dos elaborados com proteínas”, sugere da dermatologista Patrícia Mafra, de São Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

22. Pegando carona na atual moda dos exames de DNA, há algum teste que possa colaborar no tratamento da alopecia?

Segundo o geneticista Marcelo Sady, um exame de genotipagem do DNA para o tratamento do cabelo pode ajudar, já que permite avaliar minuciosamente a composição genética de cada paciente, quais são as mutações que ele apresenta, se elas são totais (com os dois alelos comprometidos) ou parciais (com apenas um dos alelos alterados), demonstrando quais são as predisposições hereditárias a que a pessoa está suscetível. “Até mesmo as respostas de medicamentos clássicos para tratar a queda capilar, como minoxidil e finasterida, são influenciadas pelos genes. Por exemplo, a proteína codificada pelo gene PTGES2 atua diretamente no metabolismo do minoxidil, medicamento antiqueda de primeira escolha pelos dermatologistas. Se este gene estiver menos expressado, é necessário aumentar a dose, caso contrário, uma expressão fará o médico manter ou diminuir a dosagem. Já no caso da baixa expressão do gene CYP19A1, há acúmulo de DHT (di-hidrotestosterona), que leva à queda de cabelo e aumento de oleosidade. Outro exemplo é o gene SRD5A2, que codifica a enzima 5 alfa redutase 2, envolvida com o aumento da oleosidade e queda capilar. Com menor expressão, deve-se prescrever dose normal ou diminuir a dose de dutasterida e finasterida. Esses dados todos permitem ainda que o profissional faça uma prescrição personalizada de ativos tópicos e até de suplementação oral que confiram melhor ancoragem e sustentação aos fios e diminuam a inflamação”, destaca ele, que é pós-doutor em genética, professor e palestrante.

23. O que é o efeito shedding que algumas pessoas experimentam com o uso do minoxidil?

“De cada 10 pacientes que usam o minoxidial para queda capilar, entre três e quadro podem sofrer o chamado shedding nas primeiras duas a seis semanas do início do tratamento. Isso porque a excitação das células com a medicação pode surtir um efeito rebote e aumentar consideravelmente a queda de cabelo. Mas é importante saber que os fios que caem são aqueles que já estavam entrando em estágio inicial de queda (fase catágena), ou seja, que iriam cair dali a pouco. É uma etapa bastante angustiante para os pacientes, que têm a sensação de piora em vez de melhora. Por isso é tão importante esclarecer essa situação e reforçar que ela é esperada e normal, e que seguir tomando o minoxidil conforme prescrito é fundamental para que ele aja como esperado”, esclarece

a dermatologista Roberta Padovan, de São Paulo.

24. Quais dicas de alimentação podem ser dadas à paciente para favorecer os tratamentos contra a alopecia?

“O ideal é sugerir que ela procure um especialista em nutrição, que fará uma avaliação completa e aprofundada sobre a dieta. Enquanto isso não acontece, pode-se sugerir melhorar as fontes de proteínas, essenciais para a formação do cabelo. Além disso, é sempre bom lembrar: quanto mais hidratado seu corpo estiver, mais hidratada será a sua pele, unhas e cabelo. O líquido ajuda a remover todas as toxinas do seu organismo, deixando tudo mais saudável, os tecidos inclusive, como é o caso do couro cabeludo; e ainda favorece a absorção dos nutrientes”, diz o médico nutrólogo Juliano Burckhardt, membro titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da International Colleges for Advancement of Nutrology. “Tudo o que for rico em ferro, como carnes vermelhas, fígado e leguminosas, como feijão é importante para a saúde capilar. A falta de ferro é uma das principais causas da queda, pois este mineral faz parte da formação dos glóbulos vermelhos, e nutre os folículos capilares, o que deixa os fios mais fortes”, finaliza ele.

25. Por que durante o tratamento da alopecia o profissional precisa ter um olhar especial para a higiene do couro cabeludo e ensinar como a paciente deve fazer isso em casa?

“A oleosidade excessiva e a dermatite seborreica podem agravar a queda e interferir no tratamento que está sendo feito”, alerta a dermatologista Patrícia Mafra, que lembra que ainda há quem pense que lavar a cabeça pode fazer o cabelo cair mais e, por isso, fica muito dias sem higienizar os fios e o couro cabeludo.

26. Como a vacuoterapia capilar atua para conter a queda?

“Essa técnica, que é cientificamente comprovada, consiste na sucção do couro cabeludo por meio de ventosa específica ligada a um equipamento de eletrosucção. Com isso, a vacuoterapia proporciona um aumento do aporte de nutrientes, melhora da oxigenação e a mobilidade tecidual, reduzindo a rigidez da pele do couro cabeludo, comum em processos de queda capilar”, ressalta o tricologista e cosmetólogo Ton Toffanello, de São Paulo.

27. Dormir com o cabelo molhado pode interferir na queda?

Não diretamente. Porém, melhor evitar, já que a umidade favorece a proliferação de fungos e bactérias. Além disso, os fios molhados ficam mais frágeis e suscetíveis à quebra pelo atrito com a fronhas durante o sono. O ideal é optar pela secagem natural, se não for possível, a dica é usar secador no jato morno para frio após remover o excesso de água com uma toalha.

28. O que é o chamado processo de miniaturização do fio?

“Depois que um fio de cabelo cai, o folículo capilar inicia a produção de um novo fio com as mesmas características de espessura e cor do anterior. Em pacientes com alopecia, esses novos fios vêm cada vez mais finos, um processo conhecido como miniaturização e que torna o cabelo progressivamente mais ralo, até deixar o couro cabeludo aparente”, explica a dermatologista Fabiane Brenner, de Curitiba (PR), membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

29. Perda de sobrancelhas e testa grande podem ser alopecia?

“Sim!”, afirma a dermatologista Tatiana Mattar, de São Paulo. “Tem crescido muito o número de mulheres jovens com esse tipo de queda capilar, chamada alopecia frontal fibrosante, que em 95% dos casos também atinge as sobrancelhas e até então era comum só depois da menopausa. E é preciso ficar muito atenta porque seus sinais enganam, já que podem surgir manchas na testa, que são confundidas com melasma; alteração na textura da pele, que muita gente e até profissionais de beleza pensam ser um sinal comum de envelhecimento; e pápulas, uma espécie de irritação que remete à alergia. Na dúvida, e diante de sobrancelhas mais finas e falhadas e redução de cabelos na franja e nas laterais da cabeça, a recomendação é consultar um dermatologista para fechar o diagnóstico”, diz a médica.

30. No caso da mulher, quando o transplante capilar é indicado?

Há três graus de calvície: o primeiro é o de leve rarefação, que é visível na risca central do cabelo e pode ser cuidado com tratamento clínico; o segundo deixa o couro cabeludo mais visível e se o tratamento não surtir efeito é recomendado o transplante, que é indicação direta no terceiro grau de calvície, em que o problema já está instalado. “De acordo com a International Society of Hair Restorarion Surgery, nos últimos anos houve um aumento de 20% na procura de transplante capilar pelas mulheres. O procedimento é simples, a anestesia é local e a paciente volta para casa no mesmo dia”, garante o médico cirurgião capilar Thiago Bianco, de São Paulo.

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